segunda-feira, 19 de outubro de 2015

SEMI COISO

 
Cavaco é o inapresentável produtor-de-bolinhas-de-cuspo Presidente desta república de bananal – cujas guias mestras estão plasmadas na Marxista-Hermafrodita Constituição da RP. Essa Constituição foi sabiamente urdida, em 1976, para que o sistema não funcionasse; para que os vários poderes se pudessem vigiar mutuamente – sem fazerem quaisquer danos uns aos outros; para que as empresas e a iniciativa privada não pudessem surgir, crescer ou evoluir – sufocando-as; para que os designados como “trabalhadores” fossem os novos senhores feudais – tendo todas as garantias, mesmo quando não exista dinheiro nem para botões-de-ceroulas; para que os “tolerados” patrões fossem, pois, incentivados a explorar labregamente todo e qualquer trabalhador – porque as leis os tornaram desconfiados e sempre prontos a contratar pelo valor mais pobre e miserável. Todas as revisões até agora efectuadas não passaram de cosmética – sendo que foi preciso a maldita Troika para que algo mudasse pontualmente nas nossas “leis” (e nem sempre para melhor).
Ora Sua Excelência o PR (cuja caspa é diligentemente sacudida dos seus ombros pela atenta e fiscalizadora esposa) tem arrastado desnecessariamente o processo de formação do novo governo – passados que já estão 15 amodorrados dias desde as eleições: o País espera a queda do machado no cepo, qual galinha cataléptica. A bendita Constituição permite estes prazos dilatados; e o Professor alonga ainda mais a coisa – quando tudo isto deveria ter sido logo resolvido com um par-de-chapadas regimental. Ouve Costa, ouve Passos, depois ouve BE e PC, depois Passos de novo; depois ouve os “Ases das Avenidas”. Permite assim que os joguinhos e a intrigalhice prosperem. Tudo isto é lamentável. Cavaco preside a um regime “semi-presidencial”; logo temos semi-dignidade, semis-actitudes, semis-iniciativas, semi-virgens, demasiadas semi-coisas com demasiados actores (estes não-semi do ponto de vista dos custos).
Bem à portuguesa, os politólogos chamam a isto “Magistratura de Influência” – um palavrão idiota composto por duas das mais funestas palavras que a Língua de Camões já pariu.