Sampaio da Nóvoa começou a cacarejar como um galo-de-capoeira assim que obteve três apoios públicos, considerados por ele fundamentais: Eanes (um ex-presidente com boa reputação), Maria de Jesus Barroso (uma lutadora antifascista e diseuse do Socialismo-do-campo-Grande) e Ferro Rodrigues (um trambolho político residente ao Rato). Pelo menos estes dois últimos fizeram-se entusiasticamente fotografar (sorrindo) e publicar na presença-de-primeiro-plano de 'da Nóvoa' - altivo como uma estátua equestre de uma capital sul-americana. Eanes, entretanto, remeteu-se ao silêncio. Mas a coisa não está a correr bem: meteu-se com um dos personagens mais gelatinosos e falsos que têm dado à praia nos últimos anos - Costa, que já o trocou por de Belém. Entretanto deram-se duas fatalidades (uma delas lamentável): Maria Barroso faleceu; e Ferro Rodrigues foi hoje eleito no parlamento como 2ª figura do Estado - esterilizando assim à partida qualquer apoio público que Ferro pudesse dirigir-lhe. Como Presidente da Assembleia da República julgo (digo apenas que 'julgo') que Ferro está proibido de endossar ou apoiar candidatos; e Costa, com uma só pancada, mata dois coelhos: ocupa Ferro, inutilizando-o, e manda passear Sampaio da, para poder beijocar mais intimamente Maria de Belém; ou mesmo mandar vir Guterres do Ultra-Mar. Resta a Sampaio da Nóvoa começar a mendigar apoios aqui e ali - desde o BE até ao MAS, passando pelo PCP, pelo LIVRE e pelo PAN. « [...] mas que foda-se; e agora ? »
