quinta-feira, 29 de outubro de 2015

ESQUERDA

 
 
Já o afirmei, quase não há ‘direita’ em Portugal. Ela é pouco numerosa, ignorante, tímida, rural e preguiçosa.
 
Portugal é de esquerda porque cá não existe independência pessoal e autonomia para poder votar em consciência na força política que se acha, em cada instante, mais capaz (ou menos incompetente…) para governar o País.
 
Grandes banqueiros são ou foram publica “e orgulhosamente” de esquerda; muitos empresários afirmam soberbamente o seu esquerdismo; legiões de “pensadores”, cineastas e “artistas” gritam aos quatro ventos que são de esquerda – até porque dentro do ventre materno já o eram, e fica mal não referir o facto.
Em Portugal é-se de esquerda porque se é, na maior parte dos casos, funcionário público, juiz, médico ou professor; ou dramaturgo-escrevinhador de teatro irrepresentável; ou dono de uma clínica que beneficia ou beneficiou de ‘acordos’; ou grande construtor civil ansiosamente à espera de Obras Públicas; ou fornecedor do Estado – pendurado nas facturações atrasadas mas também nas receitas tidas como seguras; ou pequeno empreiteiro que faz Obras Locais, faz rotundas, balneários para campos de jogos ou fornece abrigos para paragens de autocarro e parques infantis.
 
Em Portugal, os banqueiros são de esquerda porque o Estado prefere pedir dinheiro emprestado à Banca com juros altos e pesadas comissões para compras vultuosas necessárias mas pontuais (caso dos submarinos) do que pagar a pronto com liquidez disponível (que existe sempre…) e que não onera o Erário Público.
 
Em Portugal estamos de forma fatal e venérea condenados a ser de esquerda, pois sem os gastos públicos (que não os verdadeiros investimentos…) não há bifes na mesa para a rapaziada. Porque isto de ter de “empreender”, inovar, exportar e planear dá uma grande maçada.