Só aprecio minimamente duas democracias: a dos Estados Unidos da América (republicana) e a do Reino Unido (monárquica). Mais do que admirar o sistema britânico (muito imperfeito, como referiu Churchill) admiro o Povo - que apesar de ter uma quantidade absurda de grunhos futeboleiros e rufias - tem também muita gente de enormíssimo valor, a começar pelos londrinos que resistiram com desconcertante coragem, enorme dignidade e civismo irrepreensível ao BlitzKrieg e às V1 e V2 de Hitler. Admiro-os também por serem completamente loucos.
Quanto aos americanos, admiro a sua musculada e quase cega leitura das Leis, admiro a raivosa defesa das liberdades individuais e o facto de - preto no branco em sucessivas Emendas - estar garantido na sua bendita constituição qualquer coisa como "é proibida a destruição da (desta) Democracia" - o que atira imediatamente para a vala dos dejectos o crescimento delirante e demagógico de Estalinismos, Trotskismos, Maoismos, Nazismos e outras coisas acabadas em "ismo" (como o sinapismo na face de Jorge Lacão). De resto, o uso imbecil que fazem das armas de fogo e a justificação alarve para a manutenção do direito de as trazer à cinta são só superados pela abjecta e constante ingestão de comida em porções cavalares.
