sexta-feira, 23 de outubro de 2015

DEMOCRACIA e REPÚBLICA 3




A República Portuguesa não é recente de 105 anos – mas velha de 175, quando a Monarquia Constitucional ficou finalmente refém (e para sempre) da rotatividade corrupta no Poder das Obras Públicas e respectivos partidos saídos das guerras civis do primeiro quartel do século e do Liberalismo baboso. Neste pântano fétido chafurdaram à vez ou ao mesmo tempo partidos Regeneradores, Históricos, Liberais, Cabralistas, Fontistas, Progressistas, Republicanos e outros ainda. O nojento episódio da formação da Companhia das Lezírias, no tempo de Dª Maria II, mais não foi do que a divisão gatuna de riqueza, de propriedades e do confisco de bens da nobreza-antigo-regime por parte da recentíssima e mui-labrega burguesia política dominante, que emergia para governar “progressivamente” – sem contudo desdenhar de Condecorações Reais, Ordens, Comendas, Hábitos de Cristo, e de Títulos de Nobreza que, apesar de apenas vitalícios, alguns insistiram fraudulentamente em querer legar “à sua família”  (certamente por considerarem que o seu sangue era azul…).
Já ‘para o fim’, e desde D. Luís I passando por D. Carlos e terminando com D. Manuel II, existia, ia a eleições e tinha representação nas Cortes o Partido Republicano – legal, reconhecido e “esteio do progresso e do socialismo”. Logo após 5 de Outubro de 1910 o que acontece? O Partido Republicano sobe ao Poder, manda exilar o Rei e ilegaliza todo e qualquer partido monárquico - perseguindo, degredando ou encarcerando os apoiantes da Causa Monárquica. Tenho a certeza que seria este o procedimento caso o PCP viesse a dominar de novo em Portugal (como no animadíssimo período entre 28 de Setembro de 1974 e 25 de Novembro de 1975).
Em 1911, as mulheres proprietárias e os analfabetos, que tinham direito a voto na Monarquia, deixam de poder exercer esse direito (era a República com a Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade; enfim, a verdadeira Democracia). Evidentemente que em pouco tempo o Partido Republicano se desfez em 4 ou 5 facções – cada uma com a sua Loja Maçónica, com o seu exército privado e com o seu grupo de assassinos a soldo, todos em busca de dinheiro e de benesses pessoais. Um festival.