Tinha feito falta, logo em 2011, um Action Men como primeiro-ministro. A elegância e a naturalidade de autómato - que Passos exibiu logo desde o início - eram bons sinais; e pouco depois anunciava para dentro do seu partido, e ao País. " [...] que se lixem as Eleições". Tudo parecia pois apontar para o "ímpeto reformista" (uma treta bem descrita por Eça...). Mas não. Para espanto e desânimo das gentes mais ingénuas, foi buscar Relvas (o doutor da mula ruça) para ministro-de-estado-e-dos-assuntos-parlamentares (!). E a tão esperada e necessária reforma do mapa autárquico foi um flop, limitando-se a retirar a gamela a meia dúzia de presidentes-de-junta - já demasiado embotados e adiposos. De resto, o método para tentar cumprir déficites e equilibrar as contas públicas foi o de subir e cobrar os impostos. Não estou a dizer que tenha sido fácil - antes pelo contrário. Mas a oportunidade para varrer a crassa escumalha político-partidária do país ( a começar pela do PSD ) perdeu-se. E as prebendas, cunhas, tachos, comissões etc, não cessaram; dum maquiavélico ponto de vista foram até bem parvos, pois mantiveram nos cargozinhos muita maltinha do PS que nunca deixou de tentar minar o Governo às escondidas. Quanto aos "Institutos" e "fundações" a coisa ainda foi mais patética: fingiram incomodar umas quantas dessas nobres instituições - mas apenas durante o tempo suficiente para dar a ideia de real iniciativa. Os "Institutos Amaros da Costa" e "Fundações Sá Carneiro" continuam (não se sabe com que financiamentos) a ser escolas de virtudes onde os jotinhas e futuros ministrozinhos vão aprender (bem comportadinhos) como elas se fazem: as Leis e as Maroscas.
Limitaram-se também a chatear a "Fundação Mário Soares" ao de leve, sendo que o grande problema desta última foi a queda do Tio Salgado. Na verdade, deviam ter-lhe cortado totalmente o financiamento: se Soares é rico, porque precisa de "financiamento" pago pelo contribuinte ?
Em vez de um Action Men saiu-nos um Ken.
