terça-feira, 26 de abril de 2016

... coisas do caralho


 
- Olá Doutor.
- Ó Manuela, então como está ?  Já lá vão dois anos se bem me recordo !...
- Tudo bem… Olhe: vim cá por causa de uma coisa…
- Mas antes de mais, o que faz agora a minha querida ?
- Sou manicure; mas justamente a propósito disso…
- Desculpe, Manuela, se a interrompi; o que a trás por cá então ?
- A minha pilinha.
- Como diz ?
- A minha pilinha; a minha sarda; O MEU BADALO: quero que mo cosa de volta – e, já agora, os meus tintins também. Arrependi-me. Quero voltar a ser Manuel; e quero que me tire esta pachacha que me arranjaram em forma de porta-moedas. Então, quando poderemos marcar ?
- … mas isso não é possível querida, quero dizer ‘pá’ (meu…), Manel… já não temos o seu badalo ! e os seus tomates também não…
- Não têm?!? como assim? Porquê??  Onde estão eles !?!?!
- … bem o seu mangalhito foi transplantado para uma rapariga praticante de Halterofilismo – com um resultado desastroso, tenho que o confessar; e as suas bolas ficaram inutilizadas no gelo-seco: foram para incinerar no SUCH…

- T’á a brincar comigo ?...
- …
 
- Fo[…]a-se !   e agora ?
 

Psicotrópicos Financeiros



Garanto que não escrevo estes pequenos textos sob o efeito de substâncias inebriantes ou psicotrópicas; logo no primeiro dia (no 1º post em Outubro passado) disse que “nem sempre farei muito sentido”. É verdade; mas julgo que ainda assim é possível discernir sem grande dificuldade a minha intenção e o meu ponto de vista em cada instante.
Ontem classifiquei Marcelo de “saguim saltador” porque ele é irrefutavelmente rápido, irrequieto e contorcionista – isto num primeiro e curto mês do seu reinado. E também porque no seu discurso de ontem quis nitidamente agradar a tudo e a todos. Às tantas, pareceu-me mesmo que referiu “que já tínhamos ultrapassado a Crise”. Infelizmente tal não aconteceu; todos os indicadores e números desmentem essa quimera. Os credores e a finança internacional (os mercados…) estão pessimistas. O deficit será ultrapassado e o Crescimento tenderá para zero. Apenas o governo-costa e a esquerda em negação parecem não se dar conta do cenário: continuamos endividados pesadamente até à ponta dos cabelos, a ter de pagar juros e amortizações que atingem anualmente montantes absurdos; e ainda não foram descobertos na Lourinhã os numerosos poços de petróleo que poderiam mudar radicalmente a situação.
O PC estalinista de Jerónimo ainda julga que pode imprimir, durante a noite, notas de Rublo numa cave do Banco da URSS; e que pode haver criação de Riqueza – magicamente - sem a mais-valia vinda do Trabalho e da Procura. Por seu lado, o BE entrega-se às comunicações mais disparatadas e agressivas e às propostas legislativas mais absurdas e arrepiantes: este Bloco está recheado de loucos e loucas patetinhas.
Ora foi a estes dois robustos pilares que o PS de Costa se juntou para armar uma tripeça de suporte à Geringonça. E a bem do país (da malta socialista pendurada no Erário) o primeiro ministro emite ordens e amontoa asneiras, desfazendo o que ainda se podia aproveitar, e colocando Centeno a ceder às exigências mais despesistas que a esquerda delirante inventa. Marcelo, entretanto, contemporiza.
Parece-me que o que está à vista não é a recuperação económica mas sim um outro resgate – que nenhuma Instituição europeia ou Banco internacional quererá viabilizar.
 
Oxalá eu esteja inebriado.
 


segunda-feira, 25 de abril de 2016

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REPORTAGEM 25 - sequência mais ou menos desorganizada de acontecimentos e de cogitações pessoais:

 
 
25 / -2: A cobertura mediática deste 'Dia de Liberdade' começa com declarações oxidadas e roufenhas por parte de Vasco Lourenço às Televisões; estas apressam-se a ouvir religiosamente as pérolas do velho Trombone: « Voltamos (às cerimónias) ao fim de 4 anos porque agora já não é atacado tudo o que cheira a Abril. » O porcino Capitão-Tenente-Coronel referia-se certamente àquilo que um dia qualquer ficou plasmado pateticamente como "As amplas Liberdades". A mente rígida e pouco dada ao exercício, Vasco Lourenço é presidente da Associação 25 de Abril - o que quer dizer que eles registaram a marca, a patente e os direitos exclusivos - e só esta pode decidir quando, como e por quem a Data pode ser evocada. De resto continuarão infantilmente a comportar-se como o menino que é dono da bola; esta é verde-rubra (mais rubra do que verde) e se alguém a joga com mais intensidade, diferença, justiça ou arte o menino faz birra, confisca a bola e vai para casa merendar mais cedo.
 
25 / -1:  O Presidente Marcelo chega finalmente à hora prevista - rápido, lesto, aéreo, distribuindo olhares amistosos e desafogados - arrastando em vendaval o pobre Oficial do Exército que o acompanha na Revista às Tropas, atropelando desse modo a fanfarra e o solene momento. Toca o Hino - e até este foi rápido. Sobe a escadaria acompanhado de Ferro Rodrigues, esse trambolho político, e enquadrado por personagens que ficam esborratadas nas películas fotográficas de sensibilidade inferior a 400ASA (ou coisa que o valha, em memórias do Século XX...).
 
25 / 0:  As pessoas - deputedos, órgãos de soberania, convidados, partículas de povo e embaixadores - acomodam-se com rumor no Hemiciclo. Pelo Canto do Orfeão o Hino surge outra vez; e Ferro "declara aberta a sessão" - mas logo é interrompido pelo inevitável Orfeão que desta vez gorjeia sentidamente Zeca Afonso. Por fim, atabalhoado, Eduardo Ferro anuncia quem vai tomar a tribuna para palrar, segundo a ordem "crescente do número de deputados". E começa o costumeiro relambório e rol de queixumes.
 
25 / 1: Os partidos;

I - O PAN conseguiu eleger - com honestidade, justiça e mérito - um (1) deputado nas últimas Legislativas. André Silva tomou pois a palavra e o discurso foi simples (bizarro), rápido e indolor.
II - O PEV (Partido Ecologista "os Verdes") jamais foi a votos numas Eleições Legislativas, mas tem o privilégio matemático de maior número de deputados do que o corajoso PAN. Isto porque sempre veio, como um apêndice conveniente, à boleia espertalhaça do PCP. José Luís Ferreira - chato, pastoso e panfletariamente marxista - falou longamente, metendo os pés pelas mãos e evocando assuntos supostamente ecológicos e "coisas" para as quais Cunhal, Carvalhas e Sousa sempre se estiveram violentamente cagando. Uma seca.
III - O PCP (tal como os restantes partidos que viabilizam o governo) resolveu "dar lugar à Nova Geração", escolhendo Rita Rato para discursar em nome do Partido. Em vão: apesar da sua juventude, a deputada (o Comité Central) falou de modo agressivo, duro, pesado como ferro fundido e cortante como o aço - tal como se tivesse feito um estágio de 25 anos na Grande Fábrica de Tractores de Estalinegrado ( Большой тракторный завод Сталинград ). Curto, árido e mau.
IV - O CDS. (Nunca é demais referir que este execrável partido neofascista-da-direita-exploradora-ultramontana consegui mais votos do que a impoluta CDU - que cavalga desde sempre o Socialismo/Marxismo rumo ao Santo-dos-Santos que é o Comunismo (o Paraíso na Terra); e que só não teve mais votos que o BE porque uns milhares de Tias parvas se zangaram com o PS de Sócrates e se apaixonaram temporariamente pelo espesso cabelo negro de Mariana e pelo seu maxilarzinho alvo e juvenil (mas ligeiramente másculo). Ora Nuno Magalhães evocou a irresponsabilidade e o ardil do governo, lembrando perfidamente que o Pacto de Estabilidade deverá (ia) ser escrutinado na AR e votado pela esquerda partidária - sem máscaras e sem escapatórias; isto para o mutismo do PS e para o enfado do PSD. E fez bem. Nota-se o toque de verruma que Cristas começa a adoptar.
V - O BE, pela boca quasi adolescente de um tal de Jorge Costa, levou ao púlpito um rápido discurso poético-patético (querendo também capitalizar Abril para a Rua da Palma) essencialmente insuflado de vácuo. Foi bom para o Bloco porque verdadeiramente ninguém sabe quem é o rapaz; e desse modo Catarina poupou-se a uma embaraçosa exposição pública. Bem fisgado.
VI - O PS também delegou na Juventude - um tal João Torres da JS. Este rapaz exaltado, além de alinhar crassas banalidades do sucia-lismo lusitano, referiu às tantas a "Primeira e Segunda Repúblicas" - ignorando deliberada e espertamente o período 1926 - 1974, que teve vários presidentes (entre eles Craveiro Lopes) e em que Norton  de Matos e Humberto Delgado foram candidatos Presidenciais. Além do mais, Portugal chamava-se então oficialmente República Portuguesa e não Reino de Portugal; logo, de duas uma: ou o Estado Novo pertenceu à 1ª ou então à 2ª República. Como nenhuma destas virtuosíssimas Senhoras o quer, melhor seria considerar então pelo menos uma 3ª República - aquela que hoje sofremos. Por estas e por outras parvoíces é que o complexo de esquerda bafienta tarda em deixar o PS, continuando a aferrolhar esse depósito de beneméritos ao jacobinismo mais liofilizado. Lamentável.
VI - O PSD escolheu com seriedade Paula Teixeira da Cruz, que trazia um bom discurso. Este, porém, foi confusamente proferido e com péssima dicção. Acresce ainda que às tantas acusa o Governo de Esquerda de Salazarismo. Sabemos que na nossa Sociedade tal não é um elogio; e que a ex-ministra se queria referir ao sectarismo e ao proto-totalitarismo despudoradamente praticados por PC, BE e PS no presente momento. Mas chamar aqui Oliveira Salazar é mal e de mau gosto: Salazar nunca foi hipócrita, e o nosso actual Governo e Regime são-no em enormíssima medida; Salazar não enriqueceu, ao passo que a nossa Querida Democracia já encheu o bandulho (e a conta bancária) a uma vasta cáfila de governantes e ex-governantes; finalmente, Salazar não era nem incompetente nem estúpido, ao passo que desde 1974 o destino de Portugal tem passado por algumas das mãos mais ignorantes e asininas de que há memória. Ocasião perdida, Sra Doutora, para uma irrepreensível mensagem.

25 / 2: António Costa;
Felizmente o Protocolo não previu a sua intervenção - que teria sido um auto-elogio mitómano lido em tom de lengalenga escolar e sonoridade de pote de barro vidrado. Agradecimentos à Divina Providência por termos sido poupados a semelhante flagelo.
 
25 / 3: O Xôpresidente da AR, dr Eduardo Ferro Rodrigues;
Está muito bem no posto em que está. Melhor cargo não poderia ter sido arranjado a Ferro; e melhor do que Ferro - que é um trambolho - para tão prestigiante posição não seria possível de desencantar.
Lá mastigou um discurso amortecido; e que às tantas refere "o digital e as redes sociais para melhoria e aproximação da Democracia ao Povo". Isto, vindo de quem conhece bem o compadrio das Concelhias por esse País fora e de quem em 2003 "se estava cagando para o Segredo de Justiça", é notável, seríssimo e comovente. Aliás remete imediatamente para o outro lado do carácter do seu discurso - que teve a honra de partilhar apenas ao de leve com o do PR: a Lacrimosa...

 
25 / 4: O Sr Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa;  
…a Lacrimosa é um momento de exaltação e esperança bem entalado em qualquer discurso presidencial que se preze; e foi usado por Marcelo com mão de mestre. Como já tinha sido bastamente dado a entender desde que tomou posse, Marcelo foi ecuménico mas virtuoso; eclético mas clássico; prudente como um Pai mas divertido como um tio estarola; abrangente mas leve; histórico mas veloz; sapiente mas próximo: é o que dá muita energia, inteligência, saber, experiência de Cátedra e elegância condensadas numa pessoa só. Falou de tudo, de todos (e todas…) e do que está para vir. Chamou a atenção dos Partidos (dos meninos) para a necessidade (para a alegria !) do confronto democrático e dos grandes consensos e Desígnios Nacionais (europeus). Apertou as bochechinhas dos petizes e passou a mão no pelo cerdoso dos velhíssimos Capitães (que acenaram, cheios de razão, as cabeças benevolentes). Em suma comportou-se com a agilidade de um Saguim saltador (sagüim) numa loja da Vista Alegre. Esperemos que não parta entretanto muita porcelana - com desastre e estrondo. Para Marcelo, intervir de improviso, acenar às gentes e falar em público é pão com manteiga. Mas virá o dia em que terá de ser duro, frio e cruel do ponto de vista constitucional – e ele sabe-o bem. Por agora, meus irmãos, troquemos todos o Beijo da Paz.

25 / 5: Notas Finais;

Não sei se haverá ou houve desfile na Av. da Liberdade e festarola para a populaça - nem me interessa saber. Não vou recordar aqui que esta data tem o condão de arrancar das boquinhas ávidas da Malta do Constitucionalismo as palavras e frases sonantes como "Liberdade", "Democracia", "Equidade", "Combate à Corrupção", "Progresso", "Qualificação dos jovens" etc, etc e também não vou referir que justamente são eles os principais agentes da corrupção, do compadrio aventaleiro e da incompetência militante e venérea. E também não vou desenvolver o tema do alternante assalto ao Poder que os partidos fazem regular e furiosamente em busca de comidinha, tachos, ordenados, carreiras, prebendas e colocações no Estado e na Administração Pública (para a mulher, para o filho, para o cunhado, para o amigo fiel como um cão, para o marido eternamente desempregado, para a filha que é louca) e que a desprezível iniciativa privada e seus trabalhadores têm que pagar sem bufar. Não.

Vou falar do edifício da Assembleia da República (antigo convento de frades beneditinos) que o meu excelentíssimo colega Ventura Terra dignificou com mestria no final do Séc XIX: é que nem ele conseguiu dar perspectiva grandiosa e enquadramento digno ao Pórtico e respectiva escadaria. Na verdade o Edifício encontra-se - mercê de uma topografia irregular e desfavorável - encaixado entre ruas, vias, caminhos, casas, linhas de água, prédios, casinhas e fabriquetas; a vista que se tem de cima é a de telhados atarracados, de empenas tristes e construção modesta. Tudo aquilo é um funil urbanístico e arquitectónico; e se este País riscasse algo em termos de Política Internacional seria um PESADELO CONSTANTE defender a segurança de deputados, chefes de estado, visitantes e dos demais cidadãos passantes. As numerosas janelas e telhados fronteiros poderiam ser autênticos ninhos de atiradores furtivos ou arremessadores de ovos podres; e a tropa ou a polícia não conseguem manobrar com rapidez e precisão - sendo que o estreito local confere a toda e qualquer cerimónia militar uma dimensão pífia e assimétrica. De facto, Lisboa (mesmo depois de Carvalho e Melo...) não tem os majestosos enfiamentos e pontos de fuga da Paris de Haussmman, do The Mall em Londres, ou da Washington de L'Enfant. Até o Espaço fronteiro (traseiro) à Ajuda (edifício construído de propósito para palácio) é pequenino, pobrezinho e atravancado de casario e capoeiras. E já é uma sorte a existência de um conventozito ou outro - que a barbárie e o Terramoto não conseguiram destruir. Como dizia o meu Mestre de Desenho, o Pintor Daciano Costa, "se não fossem os Conventos, esta cidade não tinha Edifícios."

 

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domingo, 24 de abril de 2016

EFEMÉRIDES - coincidências engraçadas em 25.


Amanhã é 25 de Abril. Todos sabemos o que aconteceu em Lisboa nesta data, em 1974.
Ora em 1945, também a 25 de Abril, a Resistência Italiana (paternalmente apoiada pelos serviços secretos britânicos) decreta via rádio que a "Itália estava livre do Fascismo". Dois dias depois o cadáver de Mussolini é pendurado como um chouriço numa bomba de gasolina de Milão.
 
Mas a mais interessante coincidência é a de 25 de Abril de 1792 - data em que pela primeira vez se deu uma execução em França pela Guilhotina:
 
 

"Avril, le 25éme,  la guillotine est inaugurée lors de l'exécution à Paris de Nicolas-Jacques Pelletier, un voleur de grand chemin." [...] "Pendant la Terreur, de Septmbre 1793 à Juillet 1794, près de 50 guillotines seront installées en France et quelques 20.000 personnes seront exécutées. La guillotine fonctionnera pour la dernière fois en 1977 et la peine de mort, en France, sera abolie en 1981."

P.S.: Se o 14 de Julho se desse cá e caísse em poder do BE uma máquina semelhante, ela seria a Guilhotina da Esquerda kaviar e teria mais ou menos o aspecto ilustrado infra:

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"COMO SOU UM HOMEM MUITO HONESTO...


 
...eu nunca seria Primeiro Ministro sem ter ganho as eleições. * "
 
* provavelmente, a segunda parte desta proposição é verdadeira - não dependendo de modo nenhum da veracidade da primeira; "cuida-te ó Kosta".
 


Prince Rogers Nelson 1958-2016


Prince, 1977
 
PRINCE “Sign O' The Times”, 1987 (video on Jukebox)
Chaka Khan sings PRINCE “Sign O’ The Time”
 


terça-feira, 12 de abril de 2016

PERIFERIA



Desde o dia 22 de Março, ocasião em que o Daesh desferiu um sangrento, desprezível e cobarde golpe na civilização e na inteligência, que nada se passou de verdadeiramente importante ou válido; e este Abril das rosas e dos cravos tem sido de uma aridez e de uma tristeza totais quanto a notícias, factos, acontecimentos, desenvolvimentos, coisas: « Morreu Fulano de Tal, erudito », « Faleceu o Conselheiro Bezerra, um pilar da sociedade », « Sicraninho foi detido e será presente ao juiz de instrução lá mais prá tardinha », « Pedro Arroja será interrogado, julgado, condenado e torturado por uma juíza esganiçada que é guarda-livros voluntária na Comissão da Igualdade de Género »; enfim, modorra.
Tirando o recente e asinino episódio envolvendo João Soares – que pela pequenez e pelo ridículo verdadeiramente não conta – nada de relevante se passou ou vai passando: Marcelo foi coroado presidente e precipitou-se a ir beijar o anel de Sua Santidade; a geringonça goza da benevolência dos media e de total impunidade na indigência mental que assola o País; Passos decidiu que era esperto e bom para o partido o valoroso mote “Social Democracia Sempre” – e deu-se o Congresso entronizante da sagaz estratégia. O CDS é liderado por Cristas e já faz ponto-de-cruz e poupança nos clips. Costa, como quem erra por um caminho de almocreves bêbados, vai conduzindo Portugal de bacorada em bacorada até ao resgate final. As tontas do Bloco, entretanto, não perdem ocasião de aparecer, de protestar e de esganiçar umas falas torrenciais – categóricas e ameaçadoras.
O Comunismo vigia, dissimulado em arbustos; Louçã engravata-se e sobe à categoria de eminência; Marcelo convida Draghi e este publicita o discurso e as Reformas – enquanto Costa afirma parvamente “que elas não se destinam a Portugal”. Contemplando o desenrolar deste folhetim da má qualidade, a Europa Prussiana torce o nariz.
 
 
Estimulante.
 


PÃO E CIRCO


 
Em Portugal, o Futebol é uma variedade alotrópica da Política – mas mais foleira e mais próspera.
Ainda há poucas semanas (por volta de 5 de Março…) o Campeonato “estava ao rubro” (!!!). Mais parvoíce menos vulgaridade, mais flash interview menos intriga de balneário tudo entretanto parecia serenar. Mas não. Parece que a primeira liga voltou à forja e o Rubro ameaça de novo: com o aproximar do fim da época, cada jornada é uma esperança raivosa em Alvalade e uma cólica intestinal no Nazional-Benfiquismus. Les Bleus (os Azúis) entretanto, preparam a incineração de Peseiro e envernizam de novo Pinto da Costa – com aplicação e zelo.
Por parte dos Presidentes (dos Líderes) os discursos idiotas vão (re)começar, os insultos subirão de tom, as comunicações solenes às massas associativas justificarão o injustificável; nas TV’s os comentadores farão balanços fantasiosos, e aparecerão as promessas de vingança na próxima época - para deleite d’A Bola e de outros Folículos “desportivos”.
Sem o futebol o País cairia clinicamente na depressão total (o defeso é uma tortura !...). Nesta terrinha esquecida por Deus a Futebolice reina e preenche totalmente – de manhã à noite – os nano encéfalos dos aficionados. Pobre Nação.
 

Jimi


(Woodstock - August 18th 1969)



“Hey Joe” (live)
 
“Cocaine”
 
 

sábado, 9 de abril de 2016

Av. Duque de Loulé PAPERS



 
Portugal dá benefícios fiscais aos empresários chineses; ou mesmo isenção de impostos. Portugal é um offshore da China.
 


BADAJOZ PAPERS



Tenho dois amigos que gastam muito gasóleo. Um deles vive na Raia e cultiva tremoços; o outro é motorista da transportadora Luís Simões. Ambos vão a Badajoz - de propósito ou de passagem - para encher o depósito da furgoneta (65 litros) ou do TIR 30 toneladas (500 litros). Quando os admoesto por não abastecerem em Portugal, faltando assim ao seu dever de pagar (mais) impostos eles dizem, olhando-me como a um animal bizarro: « - Tás parvo ou quê ? »
 
E pronto.
 


ROSSINI: uma CORRIDA EM OSSO KULTURAL ... ( * )



“William Tell” Overture (finale)
 

Stanley Kubrick "A clockwork orange"
 
 
* dedicado ao dr João Soares.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

joãozinho...


ontem,
 
...e hoje.
 

joãozinho, o demissionário.


 
... mesmo assim foi por "[...]  profunda solidariedade com o Governo e o primeiro-ministro" e porque "[...] não aceita prescindir do direito à expressão da opinião e palavra".
 
Edificante.


joãozinho, o esbofeteador.


 
Era sabido: João Soares é grosseiro e arrogante; a coisa ficou mais do que patente no lamentável episódio Lamas/CCB (apenas um da sequência crescente de má-criação e soberba protagonizada por Joãozinho desde que perdeu Lisboa). Desta vez, porém, o indivíduo (que por acaso é Ministro da Cultura) ameaça publicamente “com bofetadas” dois cronistas, seus críticos, que há muito o haviam sinteticamente classificado com acerto: Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente.
É compreensível: João Soares não faz mais do que seguir a linha genética, à qual não consegue fugir, que lhe vem de seu pai Mário Alberto Nobre Lopes Soares e de seu primo Alfredo ‘Fredo’ Barroso – ambos com bastíssimas provas publicamente dadas de comportamento burgesso e de baixaria. E assim tem sido porque nesta Famiglia há a noção de legitimidade hereditária republicana que natural e impunemente lhes advém da categoria de deidades políticas e sociais (à qual foram elevados por um povo simples e servil): existe um limite de velocidade no Código da Estrada ?  Não interessa, ele não se aplica a Mário Soares; exige-se a um Chefe de Estado exemplo de cortesia e respeito pelas polícias que lhe garantem segurança ?   Não interessa, Soares vocifera alarvemente ‘ó sr guarda desapareça’;   É de bom tom ter maneiras à mesa e contenção educada no tratamento dado ao pessoal que o serve ?   Não interessa,  Soares dá ordens de boca cheia – cheio de desprezo social.
Mas João não é Mário, e nunca o será. João Soares é uma irrelevância política, quer dentro do PS quer fora dele; e só tem tido destaque por via do nome familiar. Até agora, a única intenção perceptível detectada no Ministro da Cultura foi a de promover sistematicamente os seus Irmãos da Loja ao entachamento organizado; e a de proferir fugazmente banalidades à entrada de exposições – sem qualquer programa ou rumo, como é natural num governo falido de dinheiro, de legitimidade, de ideias e que navega irresponsavelmente à vista.
Por muito menos, Carlos Borrego (secretário de estado de Cavaco) demitiu-se do cargo. Por manifesta falta de autodomínio e brejeirice parlamentar, Manuel Pinho (Ministro de Sócrates para a Linguagem Gestual) foi nesse mesmo dia exonerado. Se tal coisa tivesse ocorrido num governo de Direita ou de Santana Lopes (!) teria sido um vendaval esquerdista – irremediavelmente ofendido e clamando por sangue.
Mas com Soares e Costa não: basta um singelo e contrafeito ‘pedido de desculpas’. O Partido Comunista – não se sabe bem porquê – nada diz, e o PSD “acha que não há motivo para demissão”. Inconcebível.
Não chegam puxões de orelhas de Costa a Soares; não chegam desculpas balbuciadas que vêm tarde e sem convicção. Soares (uma inutilidade intelectual e culturalmente árido) acha-se manifestamente giro e com a licença parvamente queirosiana de prometer publicamente – hoje – bofetadas, como quem ameaçava no passado com bengaladas.
 
 
Vergonhoso e penosamente ridículo.


segunda-feira, 4 de abril de 2016

RIO 2016


 
 
É irónico ser no Rio, no Rio de Janeiro de Dilma e Lula e dos PTralhas; e de todos os corruptos brasileiros de ontem, de hoje e de amanhã; mas parece que é desta: o Comité Olímpico Internacional deliberou e estabeleceu que todas as amostras biológicas retiradas aos atletas, para efeitos de despiste do doping, serão "sequestradas de imediato pela tropa (polícia local ?!?), seladas e irão directamente dos Estádios ou Pavilhões para a Suiça" a fim de serem testadas.
O método anunciado já fez estragos e "baixas" entre as delegações: parece que, "escandalizados", os Russos não participarão nas Olimpíades do Rio. Julgo que iremos assistir a algumas surpresas no que diz respeito a records e superioridade tradicional de alguns países...  Quem sabe, talvez Portugal consiga trazer alguma medalha de Ouro.
 

FONSECA LEAKS & VIRGINDADES




O caso Panama Papers veio animar este amodorrado e escuro princípio de Abril. A coisa promete mais revelações escandalosas, à medida que o 'jornalismo' for digerindo este Maná informativo - bem caidinho do Céu para tiragens e edições online. É já certo que Putin, tal como Lula e Sócrates, "não tem nada em seu nome" e é apenas beneficiário da generosidade de amigos próximos e bem fixes - titulares, eles sim, das empresas offshore. Bem feitas as contas Sócrates "[...] não confiava no sistema interbancário" e nos Terabytes dos arquivos  porque, obviamente, a origem das suas mesaditas regulares (fotocópias...) era tudo menos clara; e o uso de João Perna aparentemente jamais poderia ser presa de um ataque informático... ; mas nem esse processozinho engenhoso de engenheiro estava isento de vulnerabilidades - daí a sua estadia de 10 meses na pildra.
Resta-nos esperar bovinamente o desenlace de todo este chavascal offshore. Seria bem engraçado e estimulante se se viesse a saber "que o PCP era o único dono de uma empresa offshore, com nome Foreward Comrad Investments, sediada nas Ilhas Virgens" (elas próprias, cada vez menos virgens).