sexta-feira, 8 de abril de 2016

joãozinho, o esbofeteador.


 
Era sabido: João Soares é grosseiro e arrogante; a coisa ficou mais do que patente no lamentável episódio Lamas/CCB (apenas um da sequência crescente de má-criação e soberba protagonizada por Joãozinho desde que perdeu Lisboa). Desta vez, porém, o indivíduo (que por acaso é Ministro da Cultura) ameaça publicamente “com bofetadas” dois cronistas, seus críticos, que há muito o haviam sinteticamente classificado com acerto: Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente.
É compreensível: João Soares não faz mais do que seguir a linha genética, à qual não consegue fugir, que lhe vem de seu pai Mário Alberto Nobre Lopes Soares e de seu primo Alfredo ‘Fredo’ Barroso – ambos com bastíssimas provas publicamente dadas de comportamento burgesso e de baixaria. E assim tem sido porque nesta Famiglia há a noção de legitimidade hereditária republicana que natural e impunemente lhes advém da categoria de deidades políticas e sociais (à qual foram elevados por um povo simples e servil): existe um limite de velocidade no Código da Estrada ?  Não interessa, ele não se aplica a Mário Soares; exige-se a um Chefe de Estado exemplo de cortesia e respeito pelas polícias que lhe garantem segurança ?   Não interessa, Soares vocifera alarvemente ‘ó sr guarda desapareça’;   É de bom tom ter maneiras à mesa e contenção educada no tratamento dado ao pessoal que o serve ?   Não interessa,  Soares dá ordens de boca cheia – cheio de desprezo social.
Mas João não é Mário, e nunca o será. João Soares é uma irrelevância política, quer dentro do PS quer fora dele; e só tem tido destaque por via do nome familiar. Até agora, a única intenção perceptível detectada no Ministro da Cultura foi a de promover sistematicamente os seus Irmãos da Loja ao entachamento organizado; e a de proferir fugazmente banalidades à entrada de exposições – sem qualquer programa ou rumo, como é natural num governo falido de dinheiro, de legitimidade, de ideias e que navega irresponsavelmente à vista.
Por muito menos, Carlos Borrego (secretário de estado de Cavaco) demitiu-se do cargo. Por manifesta falta de autodomínio e brejeirice parlamentar, Manuel Pinho (Ministro de Sócrates para a Linguagem Gestual) foi nesse mesmo dia exonerado. Se tal coisa tivesse ocorrido num governo de Direita ou de Santana Lopes (!) teria sido um vendaval esquerdista – irremediavelmente ofendido e clamando por sangue.
Mas com Soares e Costa não: basta um singelo e contrafeito ‘pedido de desculpas’. O Partido Comunista – não se sabe bem porquê – nada diz, e o PSD “acha que não há motivo para demissão”. Inconcebível.
Não chegam puxões de orelhas de Costa a Soares; não chegam desculpas balbuciadas que vêm tarde e sem convicção. Soares (uma inutilidade intelectual e culturalmente árido) acha-se manifestamente giro e com a licença parvamente queirosiana de prometer publicamente – hoje – bofetadas, como quem ameaçava no passado com bengaladas.
 
 
Vergonhoso e penosamente ridículo.