sexta-feira, 20 de novembro de 2015

RAIVOSA



por Besta Imunda, 2011 - Paint
  
Catarina mostra já sem pudor a sua verdadeira face: está ameaçadora, manda recados a Cavaco 'de enormes movimentações de massas "se..." ', diz que vai fazer isto e aquilo, atira para o ar e para os media que 'os exames escolares, com ela, acabarão', exige fim de taxas moderadoras para as abortadeiras profissionais, começa a usar um palavreado absorvido ao Fundador do Exército Vermelho - Santo Padroeiro da Revolução Constante (e de outros disparates teológico-metafísicos do socialismo revolucionário). A Costa - em privado - deve insultá-lo pelo telefone ou vergastá-lo cruelmente por esses gabinetes das sedes partidárias: envergando farda assertoada com botões dourados e Estrela Vermelha  ou botas de cabedal negro e pulseiras com pregos-inox, Catarina humilha o estúpido-Kosta - filho de comunista e um desprezível trapo vil nas suas mãos sádicas.
Estas tipas das Igrejas Evangélicas do Esquerdismo Calvinista mais fanático e cruel (mal-amadas e recalcadas) têm todas um problema qualquer de agressividade incontinente - o que nos faz pensar se não padecerão de algum trauma de infância, nunca ultrapassado. Provavelmente, Catarina foi apalpada aos 13 anos por um rapaz benzoca que envergava calças Levi's e sapato-de-vela; ou então por um rapaz das obras que envergava botas grossas e fato de treino; ou então foi seduzida e acariciada por uma freira em busca de amores sáficos - de crucifixo em riste; ou então, pelo contrário, ninguém lhe passou cartucho. Deve ser esta última hipótese a mais plausível; esta e a fortíssima possibilidade de Catarina nunca ter recebido um Dumbo de Peluche pelo Natal (esquecimento imperdoável da família...). O facto é que a criatura foi para o Teatro, de lá começou a habituar-se a falar alto e a imaginar que o Mundo era aquela coisinha pequena que ela contemplava da boca de cena; daqui a aventurar-se na política subsidiada foi um pequeno passo. Ei-la raivosa - e doida-varrida, de ser internada.