segunda-feira, 30 de novembro de 2015

LIGA HANSEÁTICA e a irrelevância portuguesa do Século XXI


 
Esta imagem não é rara e sim muito frequente no Norte da Europa, nomeadamente em países como a Holanda, a Bélgica, a Dinamarca, a Alemanha, a Suécia – apenas para enumerar os ‘previstos’. O navio supra ilustrado não é enorme, mas um pequeno cargueiro ou pesqueiro de alto mar. A quantidade de Estaleiros Navais nesta zona do Mundo que se mantêm em actividade e prosperam é notável. Eles existem há séculos e nunca pararam de funcionar (Hitler até usou os ‘préstimos’ dos países ocupados). São quase todos, senão mesmo todos, pertencentes a privados – pois que é uma tradição (boa e frutífera) instalada nestas culturas invejadas pela esquerda portuguesa, sempre tão ufana de ‘como tudo lá é subsidiado’ e patati-patatá.

A Holanda, a Suécia, a Dinamarca e a Alemanha fazem tudo. Grande, pequeno, civil, militar, para dentro, para exportar, para pescar, para combater, para patrulhar ou para transportar. E pagam bons salários a trabalhadores e operários competentes e legais (com férias, com protecção, com seguros, ‘com tudo’). Conservaram e estimam os seus planos e projectos; os seus arquivos e sabedoria; as suas técnicas e tecnologia. E investem nelas; os privados. E ganham dinheiro – muito dinheiro – com a sua indústria. E têm Democracia, direito à greve, direitos, regalias e tudo. Os Estados, todavia, não costumam meter o bedelho na vida destes estaleiros, sobretudo na dos pequenos – que em qualquer Porto e Hangar de grandes dimensões operam 24 horas por dia com frio, com neve, com gelo e sem luz natural.

Ora o que se passou e passa cá em Portugal ?  Os sucessivos governos PSD e PS adiaram e adiam vezes sem conta o reequipamento da Marinha – deixando a Frota no fio e com ferrugem. Quando uma compra de submarinos (algo que é feito de 40 em 40 anos) se torna necessária e se gastam €950.000.000,00 gritam “aqui d’El Rei que as crianças têm fome” – mas jogam 5 ou 6 mil milhões ‘dele’ em BPN’s sem que além do inefável Oliveira e Costa outro qualquer personagem tenha sido incomodado. Esperneiam porque um Patrulha Oceânico custa €40.000.000,00 – mas atiram para cima de cada pessoa quantias de cêntimo nas Campanhas, que no pós-campanha custam muitas centenas de milhão: é preferível ter só dois Patrulhas novos e manter mais 5 navios velhos com quase 50 anos que Salazar mandou construir; e hastear neles a Bandeira Nacional, guarnecendo-os com 70 almas cuja segurança não interessa para nada.

Quando podiam ter recuperado os Estaleiros e investir, não o fizeram: Cavaco, Guterres, Sócrates; e depois Sócrates e Passos; e agora Costa – que vai já a correr repor a pensão da mamã.

Quando o Infante promoveu, com fortuna pessoal, as navegações em busca de rotas alternativas à ‘da Seda’ e ‘da Pimenta’, fê-lo com os pescadores experientes do Algarve, com os mestres construtores da Península, com os navegadores mouros, com os comerciantes venezianos, com os marinheiros andaluzes, com os ‘piratas cartagineses’, e com os Flamengos e Nórdicos das barcas e das carracas da Liga Hanseática. Tudo isso passou e é velho.
 
‘Bastava’ termos conseguido sobreviver aos choques petrolíferos e ao 25 de Abril; mas também à CEE e à ignorância cúmplice do Professor Cavaco. Impossível: primeiro nacionalizações, depois PCP e CGTP, depois Manuela Ferreira Leite e Mira Amaral a ‘administrar’ – com Guterres a gerir e a alienar. E mais K. Barreto, C. da Silva, T. Couto e J. Proença. Eis-nos a “remar em seco”.