segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MAUÍSA do AMAUÁU

 
 
 
 
Marisa Matias é a candidata pelo BE à Presidência da República. Porque é deputada europeia e já conhecida; e porque julgo que já foi ou quis ser autarca. Em suma, é conhecida. E o Bloco chegou ao estatuto em que já é de bom tom adiantar - qual espantalho - um candidato a qualquer coisa, sempre que existam eleições para essa qualquer coisa. Pode ainda baralhar contas e confusionar resultados, tendo em conta a esmagadora vitória do BE nas últimas legislativas. E será uma voz progressista, de esquerda, humanista e feminista no cruel deserto de valores que é o firmamento político português.
Tanto espírito de sacrifício e de militância fazem-me, ao avaliar Marisa, recordar a rotunda figura de Joaquim Ferreira do Amaral que, a dada altura, era o candidato 'a tudo' do PSD: depois de ter sido ministro de Cavaco, Ferreira do Amaral foi candidato presidencial, europeu e - tenho a certeza - à Câmara de Lisboa; sobretudo porque eram tudo ocasiões em que o PSD e ele próprio sabiam que jamais ganhariam o que quer que fosse. O 'slogan' de Amaral à CML era o conhecido "Mais Lisboa"; mas como o homem nunca conseguiu pronunciar os 'L' e os 'R', este era por ele difundido como "Mais Uisboa". Marisa pelo menos tem a vantagem fonética de pronunciar estas duas letrinhas benditas - embora seja péssima em Silogismo, Retórica, Oratória, Filosofia, Ciência Política, História, Economia, Gramática, Semântica, Metafísica, Estética, Deontologia, Arte, Direito, pronto-a-vestir - etc, etc, etc.