terça-feira, 17 de novembro de 2015

JE SUIS... je suis (???) ... JE SUIS QUELQUE CHOSE.



 
Esta enternecedora foto de família tem menos de um ano. A essa altura, toda a minha gente se apressou - chocada - a manifestar o seu pesar pela Liberdade de Expressão ameaçada e pela 'Democracia' europeia: de repente, havia Charlies por trás de todas as pedras. Foi uma óptima ocasião para facturar; senão vejamos. É perfeitamente visível o friso de aproveitadores políticos idos directamente de Lisboa para limpar os ossos das ainda recentes carcaças: a múmia Soares, julgo que o Zé-sá-fernades atrás de uma tarja, Ferro Rodrigues, Vitor - o Ramalho da FNAT, o sedutor ex-ministro das colónias Adriano Moreira e Costa; e o Alto-Comissário-Sampaio.
A coisa prometia ter muita pinta, circunscrever-se ao jornaleco Charlie-Hebdo (a calhar !...) e ser para uma vez só; ou seja, depois de esta maravilhosa demonstração de solidariedade fraterna e republicana, o assunto estaria encerrado e todos podiam regressar aos seus assuntozinhos domésticos - mais reconfortados e contentes consigo próprios.
Desta vez, porém, não vamos assistir a novo desfile de trambolhos políticos beneficiando da ocasião fúnebre. Desta vez, a coisa é 'mais séria' (sobretudo em quantidade...), é mais feia e suja; fala-se na "França em Guerra", há já retaliações militares (a esmo, é certo...) vai correr sangue fanático do ISIS. E as vítimas dos massacres de Paris eram do Povo, tinham nomes concretos e banais, estavam de fim-de-semana, eram jovens desmiolados em diversão e 'não estavam a defender causas'; tudo coisas que não interessam para nada a esta gente supra assinalada. À parte uma fraquíssima, tartamudeada e burocrática condenação de Costa aos ataques (por dever...), o resto dos circunstantes permanece até hoje em silêncio total.