O
camarada Arménio – junto com Jerónimo e o Comité
Central – têm vivido desde o passado 10 de Novembro dias de alívio, de
alegria mal-contida e de arrogância bolchevique descarada. Os risinhos de
satisfação que soltam em sanitários da Carris ou nos vestiários fedorentos dos
STCP só são suplantados em intensidade pelo carácter pirata de iniciativas
desafiadoras, como desviar um autocarro escolar para efeitos de arrebanhamento
sindicaleiro: Armémio sente confiança para começar a forçar ‘a coisa’, como nos
tempos em que, contra a Lei Barreto,
os camaradas resistiam a entregar as terras confiscadas (UCP) aos proprietários
legítimos e alvejavam impunemente a GNR a tiros de caçadeira. Estamos bem.
O
PCP e a CGTP obtiveram em pouquíssimo tempo uma vitória
inesperada – que é garantir a continuação intocada do constante grevismo
parasitário que Kalidaz e Carvalho da Silva praticaram com entusiasmo antes de
Arménio. Esta seita retrógrada – que ainda há dois meses se preparava para
grandes dificuldades – vê agora a TAP, os STCP e sabe-se lá o que mais, permanecerem
à mesma na esfera da sua influência: está justificada a continuação do estéril sindicalismo comunista em Portugal; e com ele de numerosíssimas vidas
ociosas. Com as privatizações, de que serviria a CGTP ? Como justificar, em
empresas privadas, greves sem razão e carregadas de reivindicações absurdas ? Apenas no
Estado essa selvajaria é possível; assim como fazer greve “contra processos disciplinares” – uma bizarria bem própria da balbúrdia de 1975.
Arménio
e Jerónimo deviam imediatamente aderir a um credo religioso; e erigir um
altar a S. Costa: este imbecil – que ainda há pouco mais de 1 mês afirmava nos écrans
que “o BE e o PCP são meros partidos de protesto” – arranjou maneira de
colocar nas suas mãos esbanjadoras a mui-débil economia, assim como lhes entregou de bandeja o patético sistema eleitoral português. Costa tratou ainda de manter a
sangria desatada dos financiamentos à TAP e suas subsidiárias brasileiras aos milhões
de Euros por mês. Vem aí o Capitalismo de Estado – e as senhas de racionamento.
Bravo António, você é brilhante.