terça-feira, 10 de novembro de 2015

ASININO

 
 


 
Costa finalmente obteve hoje o que queria: alívio; e uma forma artificial de transformar a sua estrondosa derrota de 4 de Outubro numa vitória regimenteira - bem assente na aritmética das cadeiras e não no sentido de voto dos eleitores, para cuja a interpretação Costa não tem nenhuma certificação de mágico-adivinho ou de Prof. karamba. Assim calou o PS - neste momento cheio de gente com fome, com medo das investigações, com medo dos tribunais, com preguiça, a precisar urgentemente de um ordenado ou comissão, e não disponível para governar de modo difícil - partido que sabe também perfeitamente que foi Sócrates quem chamou a Troika e contraiu o empréstimo, e que já andava a saltitar de PEC I para o PEC IV, passando pelos II e III.
Como a coragem e a inteligência não abundam em Costa, o homem carregou em frente como um búfalo; para salvar a sua pele grossa (e não a face...) só lhe restava o caminho da (re)descoberta da Esquerda, do povo de esquerda, do eleitorado de esquerda: Jerónimo e Catarina agradeceram como a um presente vindo dos Céus. Tudo o mais é conhecido. Não sei onde estará António Costa daqui a 1 ano, e a bem dizer ele também não mas isso não lhe interessa nada nos próximos tempos - querendo apenas aliviar-se na retrete dos gases e eflúvios fecais que nestes últimos 36 dias lhe têm feito a vida negra.
Certo é que o PCP irá sobreviver a Costa, e de excelente saúde. O BE pouco interessa, pois está habituado a insuflar e a desinsuflar - nunca sendo difícil para eles encontrar culpados políticos e sociais para o fenómeno. Aliás, estes dois partidos conseguiram o sonho de forçar exigências suas ao futuro executivo sem que venham a sofrer consequências das cavalidades daí resultantes: atingiram o tão desejado estado da inimputabilidade. Veremos se a estupidez e a ambição desmedidas de Costa alguma vez o levarão a ter de prestar contas a alguém.