sábado, 26 de dezembro de 2015

ÉPOCA.


  
Felizmente já passou essa maldita época do ano em que os portugueses parecem apenas massajar-se com Ferrero Rocher, comer Whiskey de Sacavém, beber perfumes caros (anunciados musicalmente por modelos menores de 18 anos em poses parvamente categóricas); e perfumar-se com Bacalhau salgado.
 
 
Os novos electrodomésticos já foram adquiridos, oferecidos, experimentados, trocados e rejeitados.
 
 
 
Falta apenas um punhado de dias para acabar de esgotar os últimos patacos numa festarola parva em que se ingere espumante rasca às fatias e se toma presunto Sicasal às colheres; tudo isto em ambientes cheios de calor e de odor a comida azeda.
 
 
Satisfeita temporariamente a avidez primitiva e alarve por muita comida, o Povo poderá concentrar-se na difícil mas inevitável tarefa de a defecar; e lá mais para Abril-Maio poderá começar a ceder às espertíssimas campanhas “perca aqueles quilitos que ganhou com os abusos do Inverno: venha ao nosso ginásio” ou “tome Depuralina-X e fique gira”.

 
Idiotas.