segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A JORNALICE dos ALEGADOS



 
Hoje nos rodapés parvos e nas locuções parvas  das TV's parvas a notícia de que "Pinto da Costa é suspeito de alegadamente organizar ou usar os serviços de seguranças ilegais" (ipsis verbis). De duas uma: ou o(s) jornalista(s) recolheu(eram) a informação junto de fonte pública e conhecida (PJ, por exemplo) e então "Pinto da Costa é suspeito de utilizar segurança ilegal" ou recolheu a mesma informação da mesma fonte e então "Pinto da Costa é investigado por alegadamente utilizar segurança ilegal". Não pode acontecer é que Pinto da Costa seja 'alegado suspeito' ou 'suspeito de alegadamente': meninos das Redacções e dos Critérios Editoriais, decidam-se; ou é boato ou há uma fonte real de informação.  E aprendam o significado das palavras, um pouco de semântica, de sintaxe e de conjugação de verbos. E já agora: deixem-se de tratar com pinças e a medo estes personagens circenses do desporto e dos dinheiros de origens pardacentas: verão que recorrerão menos ao "alegadamente".
Certo é que a Língua Portuguesa é cada vez mais usada por gente sem capacidade para ser jornalista - sem cultura, sem leitura, sem passado e sem inteligência. Acabará por se tornar numa gíria de lorpas de pastelaria e da bica curta.