O Público noticiava hoje assim, no rescaldo das comunicações de ontem, o resumo do "último capítulo" da Sucessão de Portas:
" «Sou candidata à liderança do
CDS». Num curto post, a ex-ministra da Agricultura Assunção Cristas
anunciou a sua decisão, pouco mais de três horas depois do eurodeputado Nuno
Melo ter declarado, na sede do partido, que não avançava à sucessão de Paulo
Portas;
«A decisão foi amadurecida com a minha
família e amigos, e beneficiou do conselho e do estímulo de muitas pessoas de
dentro e de fora do CDS. A todos muito obrigada!», escreve Assunção
Cristas, remetendo para as 20h mais explicações sobre a sua candidatura."
Depois, citando fonte da Lusa:
"Elogios de Hélder Amaral e Telmo Correia:
Questionado pelos jornalistas na Assembleia
da República, antes de Assunção Cristas ter anunciado publicamente que será
candidata, Hélder Amaral afirmou que a vice-presidente do partido "é uma
excelente candidata", e que pode contar com o seu apoio. "Sim, claro
que sim", respondeu.
Quanto à decisão de Nuno Melo de não se
candidatar à liderança do partido, Hélder Amaral afirmou não estar
surpreendido, escusando-se a fazer mais comentários.
Questionado sobre se Assunção Cristas seria
uma boa candidata, Telmo Correia atestou que "sobre isso não há grandes
dúvidas". Telmo Correia vincou que "a doutora Assunção seguramente
será uma boa candidata", acrescentando que a centrista é "o nome mais
forte e a escolha mais forte que o partido pode fazer".
Relativamente a Nuno Melo, Telmo Correia
considerou que «não houve nenhuma desistência. O doutor Nuno
Melo anunciou só que não apresentava candidatura, para ter desistido era
preciso que tivesse apresentado primeiro», disse.
Telmo Correia afirmou,
ainda, que não se candidatou ao cargo porque havia «dois nomes mais fortes
neste momento»."
Ora estes dois cavalheiros, com estas declarações vácuas e inofensivas, mais não faziam ou fizeram do que resguardar a posição ou sentimento geral "no partido": era Nuno Melo o desejado líder. Engraçadíssimo Telmo Correia dizer « não me candidato porque há dois candidatos mais fortes». Como se pode ver, a T. Correia não interessa qualquer rumo, programa, objectivo político e ideológico; apenas que «se eu fosse mais forte que os outros me candidataria». Este voluntário e assumido total esvaziamento programático da questão da liderança do CDS-PP é péssimo; parecem apenas estar em causa nomes, tipos de pessoa, estilos, se é homem ou mulher, se a sua voz é grossa, se é assim ou assado - política zero.
Obviamente que Nuno Melo tem razão quando diz «não sou deputado à Assembleia e para ser líder do partido e ser oposição na AR isso é muito necessário». Mas dizer que ele, e o seu cabelinho 'à foda-se' «...fizeram e estão a fazer um excelente trabalho no parlamento europeu» é um pretexto com grossíssimos laivos de patranha.
Não há dúvida, estes cavalheiros estão todos com medo e preguiça; não há dúvida, ainda não fizeram o luto por Portas; não há dúvidas, os notáveis do partido acham que este líder poderá ser para queimar. Não há dúvida, não gostam de Assunção Cristas.