Destes 5 candidatos documentados supra, apenas um - Tino de Rans - poderia ser classificado como Tiririca; mas foi ele o grande vencedor do alinhamento Anti-Sistema (Costa chamou-lhes, repugnado, os "populistas"). No entanto, pelo seu discurso rápido e sincero, foi bem menos tiririca que Sequeira ou Cândido. Os outros dois senhores, Morais e Neto, já haviam passado pela política, têm preparação, abordaram questões sérias e foram muitíssimo mal vistos pelas suas áreas ideológicas originais de onde emanaram. Costa folgou em que se tivessem enterrado: não tinham a mínima hipótese.
Mas Vitorino Silva é outra história: afável, exótico, ingénuo, arrasou em tempos a noite de Lisboa com aparições chocantemente provincianas em discotecas da capital. É ainda um genuíno homem do Povo - e um calceteiro que passa horas de lombo ao sol a aplicar afincadamente pavimentos onde outros cospem e cagam labregamente. Pernoitou com pedintes e sem-abrigo e visitou cafés onde se vê bola em Bruxelas. Este Homem é um fenómeno e quase ficou, nos resultados nacionais, à frente do Padre Edgar chegando mesmo em certas zonas a ficar à frente de Roseira e do Candidato Soviético. É bem feito para todos os conta-tostões institucionais que almejam trepar penosamente a 2ªs voltas. Também por causa 'deles' Jerónimo espuma de raiva: todos com algum sucesso referiram a corrupção, a injustiça, os direitos dos mais desfavorecidos e dos esquecidos - bandeiras que o PCP está definitivamente a deixar de usar em exclusivo.
Bravo Tino !