segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

CONVÍVIO: "homem só, de origem asiática, procura Sorte qualquer que seja a idade; assunto sério"


 
Os comentadores que durante toda a noite de ontem deram palpites e agitaram categoricamente as suas ruidosas matracas a propósito do governo de Costa, do OE e da convivência próxima com Marcelo fizeram-no com base em hipóteses, premissas e silogismos perceptíveis mas todos esqueceram estrondosamente o facto de que Costa não tem e nunca teve qualquer tipo de estratégia. Tecer considerandos sobre o futuro comportamento de um chefe de governo e de partido que navega à vista – quando não há nevoeiro – é tão útil como aplicar sulfamidas numa perna de pau.
Sem Guterres (que farejou a tempo o chavasco ordinário das campanhas nacionais…), a Costa foi muitíssimo bom quando lhe apareceu Nóvoa do meio da névoa (desconhecido, banal, obtuso, autossatisfeito); e melhor ainda quando Maria resolveu ‘avançar’: podia cinicamente “conferir liberdade de voto” e esperar que perdessem os dois – o que se veio mansamente a verificar. A última coisa que lhe fazia falta era uma senhora católica acompanhada de Melícias a ‘estabelecer pontes ao centro’ ou um ex-reitor esquerdista-radical a ‘encorajar o controlo operário e as efemérides de Víctor Jara’. Assim, apesar de ter medo da sabedoria e da rapidez absurda de Marcelo, sempre conservará exclusivamente algum protagonismo político à esquerda nos próximos tempos. A tarefa mais difícil para ele nunca se avizinha ou se aproxima – mas é sim constante e muito presente: é manter-se vivo com a aplicação de elásticos, clips, cola e cuspo no sólido Governo do acordo de esquerda. Apoquentam-no a subida das malucas e a fúria surda de Jerónimo.