terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

"Likes" e as questões do Bom ou Mau


Comecei este Blog essencialmente para medir a minha capacidade de produção escrita e gráfica; e também para começar, de alguma maneira e como ensaio, a publicar algo para o qual pudesse olhar horas ou dias depois e avaliar da sua pertinência com o devido distanciamento: estes arremedos de texto e ilustração servem pois um propósito meu, futuro e mais dedicado ao meu ofício. Também era minha intenção aproveitar para redigir uma espécie de caderno diário capaz de me dar (mais) outra noção da passagem do tempo. O assunto política, que me desperta particular repulsa dados os protagonistas que temos, tornou-se por isso inevitavelmente um dos mais abordados: não há dia ou semana sem asneirada ou cavalidade provenientes de S. Bento e Belém – lançadas a toda a velocidade para os media e para as nossas ventas de contribuintes, eleitores, profissionais, desempregados, doutores ou vítimas da fome.
Todavia, sempre tenho conseguido ir entalando alguns desenhos, música e outros assuntos entre o fel e a bílis que aqui costumo babar abundantemente para cima da Nacional-Politiquice e da Luso-Grunhice.
 
 
 
Confesso que, mesmo tendo poucos leitores, tenho obtido mais visitas do que alguma vez poderia esperar. Decidi manter ‘fechado’ o Blog sem que os visitantes e leitores o pudessem comentar ou nele colaborar pois de outro modo ver-me-ia forçado a ler e filtrar correspondência (simpática ou desagradável) – tarefa que não estava nos meus objectivos por falta de tempo e para a qual não tenho a mínima paciência. Apesar de tudo sempre deixei a possibilidade, disponível no Programa, da classificação dos posts como ‘mau’ ou ‘bom’ – e isto porque pretendia obter algum eco acerca das minhas obsessões, dos meus formatos e da qualidade geral da coisa, mais do que o simples ‘gosto’ / ‘não gosto’ (vulgo, Like / Dislike) que a malta usa no FaceBook com o critério mais sopeiril. Comparando por exemplo (muito) mal, não gosto da música de Alexander Scriabin – mas sei que é boa. Do mesmo modo, sei que poderei ter leitores de esquerda, ou democratas, ou sensatos, ou ponderados, ou parvamente auto-classificados como ‘cidadãos’ que não gostem do que escrevo ou publico, mas que mesmo assim o possam apreciar ou considerar de ‘bom’ com honestidade.
 
 
 
Aqui, surge um problema que está mesmo para além das minhas capacidades vir a conseguir resolver: aparentemente, não só é difícil classificar os posts como parece mesmo ser impossível marcá-los como ‘maus’ (!). Em minha defesa tenho a dizer que tal artimanha não é da minha responsabilidade: trata-se de um dos numerosos defeitos e bugs do Blogger – programa que uso mas que não controlo minimamente. A quem quer que queira ou tem querido furiosamente marcar os meus escritos como ‘maus’ só posso pedir que tenha esperança e que continue a marcar insistentemente até o ‘mau’ surgir e permanecer. Deixarei, assim, as coisas como estão com o bendito ‘mau-bom’ em rodapé do post; mal não faz.
 
 
 
Verdade seja dita, faço por vezes um difícil exercício (nem sempre bem sucedido) para me filtrar de modo a evitar excessos de linguagem ou violência verbal, de grotesco ou de imagens propositadamente demasiado inestéticas; alguma coisa deixarei no entanto, ou então nada valerá a pena.