terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A IMBECILIDADE do NACIONAL-SAMBISMO



 
O Adeus à Carne, tal como ele se tem desenrolado nas últimas décadas, atinge neste pobre País proporções de bimbalhice e de artificialidade apenas suplantadas pelas da parvíssima figura A Primeira Dama (um plebeísmo pobre sem o mínimo de tradição importado dos EUA por gentinha ainda mais pobre). Adiante.
O 'de Veneza' tem justa fama e uma estética enraizada: os nobres e ricos disfarçavam-se e saiam à rua incógnitos a misturar-se com o Povo (1500 e tais) num período de festarola, licença e traque - a aproveitar bem antes da Quaresma.
Do mesmo modo, julga-se que a origem do Carnaval e a sua útil manutenção (tolerância) por parte de Igreja está relacionado com a necessidade reconhecida de, ocasionalmente, haver uma qualquer espécie de folga e relaxo no meio do duríssimo calvário que é a Vida ou a Sobrevivência: estamos a falar de uma época em que se morria muito cedo e em que bastava uma ferida infectada para selar o destino do indivíduo mais robusto ou abastado.
Já nos Trópicos e no Brasil, a época e o calendário juntaram judiciosamente o bom clima, as temperaturas propícias a tirar a roupa e as festas de escravos e índios. Admissível, compreensível e por vezes interessante.
Mas em Torres Vedras, Ovar ou na Praia da Marreca não: aí, e por todas as outras autarquiazinhas do portugalzinho pequenino, as "festas" são de mau samba sambado à chuva, de frio que torna roxas as canelas das catraias, de geada que rasga o papel de seda e destrói os carros alegóricos. A coisa não tem a mínima graça; a fealdade dos desfiles é esmagadora e a parvoíce dos foliões é equiparável à dos adeptos fanáticos do futebol. Não é quente, não é divertido, não é espontâneo, não é genuíno, não é tradicional - mas todos os presidentes de câmara e de junta aproveitam para engraxar irresponsavelmente o povão-funcionário, dando assim mais uma machadada na paupérrima produtividade nacional: são sempre pelo menos 3 dias de total inutilidade dos serviços públicos, mas devidamente pagos.
E os foliões queixam-se: "Veio a chuva e estragou tudo" ou "Este ano a autarquia teve de suspender o desfile" etc, etc. As TV's relatam o desalento das pessoas e os materiais estragados pela intempérie. Não sei se a culpa é da Troika, de Passos, da coligação Portugal à Frente ou de S. Pedro mas apetece dizer a essa cáfila gemibunda de carnavalescos idiotas: Não gostam do clima, emigrem para o Brasil.