quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

€ 500.000.000,00


 
 
O esboço de orçamento martelado por Centeno e enviado a medo por Costa para a Comissão é um documento inapresentável - tão vigarista e fantasista é. Era sabido mesmo antes de ser enviado. São por demais conhecidas as reacções e o bailinho ainda em curso à volta daquele papelucho, com Costa a serenar as hostes usando frases do tipo "ainda não", etc.
No entanto, no meio de todo o chinfrim, já saltou dos jornais e TV's uma cifra bem redonda de 500 milhões de Euros, 'quantia' esta que aparentemente ajuda a cavar o fosso de desacordo entre a Comissão+BCE e o governo português. Trata-se - mais 50 milhões, menos 50 milhões - da tão propalada rubrica de betão, lancis, caldeiras de árvores e alcatrão que Costa prometeu a arquitectos do estrelato nacional e aos construtores civis que financiaram o PS, mas sob a designação aldrabona de "Investimento"; são segundo o governo "450 milhões que vão criar 11.000 postos de trabalho" (mas onde ?, em que país ?!?!...). Perante uma Comissão recalcitrante e rabugenta, Costa - que vê as coisas de alto - dotou-se de duas armas de peso para as duras negociações que prosseguem ainda: a apoiar o seu ministro Pedro Nuno Santos (o conhecido Terror da Banca Alemã) arregimentou Manuel Alegre, para insuflar de odes e adjectivos poderosos a argumentação de Portugal; e, a secundar diligentemente o ministro do planeamento e infraestruturas Pedro Marques, arrebanhou Paulo Campos - que teve um papel central na brilhante estratégia de Sócrates para tirar o País da Idade Média. Desta vez não há como falhar; até porque resta sempre a Costa a bomba atómica da 'saída de Portugal do Euro', e aí deixará tudo e todos a tremer.