domingo, 31 de janeiro de 2016
Ainda há 2 semanas...
« - Ó Nóvoa dê cá mais 5 pá ! Gostei muito daquele seu cartaz "um presidente cidadão"; é mesmo muito esclarecedor, e na onda da Associação 25 de Abril ...
« - Saiu bem, não saiu ? Logo vi que vocês capitães haviam de apreciar !
« - Mas como é que você se lembrou d'aquilo ? e mais "do presidente capaz" ?
« - Óh, foi a malta lá n'A Loja - e a mulher também deu umas ideias...
« - Não imagina a inveja que tenho de si, por pertencer a uma Loja; a mim nunca me deixaram pertencer... disseram-me "ó capitão, você não é capaz". Eu passei-me logo, pá: SNAP !
« - A sério ? Mas então o que fez ?
« - É pá, dei-lhes com uma cadeira nos cornos... áh, áh, áh !!!
sábado, 30 de janeiro de 2016
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
DITADORES 7
Barack Hussein Obama, 4 de agosto de 1961.
Como não sou um democrata olho para esta questão com o distanciamento mais bovino; mas é preciso dizê-lo: assim como Bernardino Soares (esse Astro) "não está seguro de que a Coreia do Norte seja uma ditadura", também nós não devemos estar seguros de que os Estados Unidos da América sejam uma democracia. É uma União de Estados Federados que agrega todavia territórios sob a sua dominação jurídica, económica, financeira e militar - mas cujos cidadãos não têm os mesmos direitos dos seus congéneres dos outros Estados (os verdadeiros) a começar pelo passaporte Americano, e pelo voto, que lhes são negados: é o caso da colónia americana Puerto Rico (Porto Belo, em Português).
Barack Obama (e os outros afro-americanos...) parece(m) conviver bem com esta situação de real e efectivo colonizador que são os EUA. Áh sim, e também com a prisão de Guantánamo - que era "para fechar logo na 1ª semana" (tretas...).
Arriba El Caribe Libre !
“GasoLina” (Barrio Fino)
Raymond
Ayala,
popularmente conhecido como Daddy Yankee
Puerto Rico - 1978
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
BOBBY SHORT plays Cole Porter
Bobby
Short
15 de setembro de 1924,
Danville, IL - 21 de março de 2005, Nova Iorque
City, NY
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
A BOSTA DE COSTA
Hoje, vindas de Bruxelas, as notícias não eram muito animadoras: parece que o esboço de orçamento que Centeno enviou para lá não continha senão imprecisões, excesso de licença na interpretação dos cenários macroeconómicos, tretas despesistas já inscritas sob o epíteto aldrabão de investimento, receitas desvairadas de optimistas, previsão de exportação parvamente exponencial, crescimento absurdo da Economia, cumprimento da dívida e dos limites do Deficit - e isto, claro, tudo bem 'arrochonado' e cruzado com a "justiça social" mais badalhoca e mirabolante forçada pelo PC e pelo BE.
A Comissão e o BCE "têm sérias dúvidas", e ainda estamos só a falar de um esboço (para dentro do qual Costa ordenou ao milagreiro Centeno que calcasse com o pé). Pasme-se ainda; parece que o Estado "vai de novo contratar pessoas" (vulgo, meter mais convivas à mesa).
E dizia Costa em Outubro "que (ele) estava pronto e tinha já tudo bem planeado". Com ou sem Banif, isto é um perigosíssimo pedaço de merda que a todo o momento poderá atingir tragicamente ventiladores e levar-nos de volta à pedinchice. Crescimento mas é o ca...o.
O COMA ANDANTE
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
MARCELO
De Marcelo pouco direi porque muito ou tudo
é conhecido sobre ele; e o próprio se encarregou ao longo de anos de se expor
de forma exímia.
Resta-me desejar:
Que seja um verdadeiro Comandante Supremo
das Forças Armadas e que defenda sempre em público o reequipamento e a
modernização das FA’s; e que acarinhe as Unidades Operacionais; de Cartografia;
e Documentais / Historiográficas – em detrimento das numerosas repartições inúteis
cheias de sargentos-mor, oficiais, ‘adidos’ e generais de aviário desocupados e
redundantes.
Que não se lembre agora de arranjar uma “primeira
dama” – essa espécie de psoríase social e protocolar que tem enchido de miasmas
mortíferos as instituições deste País e feito as delícias dos foliculários mais
desclassificados do firmamento cor-de-rosa.
Que viaje o necessário em representação da
Pátria – mas apenas o suficiente. E
que não leve com ele dezenas de proxenetas do falso empresariado e dos
institutos lambecuseiros.
Que se cerce de bons conselheiros, mas
poucos – com um staff reduzido, onde poderá facilmente identificar fugas e chibanços.
Que saiba distinguir os que têm verdadeiro
mérito dos oportunistas situacionistas – de modo a atribuir apenas 5 ou 6
medalhas e comendas no 10 de Junho, em lugar de convocar todo um séquito para
ornar lapelas e garrotes com toneladas de latão injustificado.
Que não promova a aparição de ‘causas’ e ‘instituições’
inúteis, que sulcam impiedosamente o OE como um quebra-gelos.
Que não se torne em mais um presidente que
premeia e condecora Cantores de Abril,
Trombetas da Madrugada e Artistas de Protesto (de grenha ao vento
apesar de velhos) que já deviam estar bem conscientes da sua decrepitude e do
ridículo despesista que representam para as autarquias, para as bolsas e para as inventadas EGEACS
deste País – ainda e sempre saqueadas por tipos de boina preta.
Que, se necessário, não hesite em
aproveitar toda e qualquer estação do ano favorável à floricultura: com a
abertura dos mal-me-queres, dos cravos, dos crisântemos ou das rosas, faça
abrir também as portas de S. Bento e fazer rebolar pelas escadarias, a pontapé,
aqueles beneméritos senhores que por lá vão, matando o tempo, jogar às damas.
CONVÍVIO: "homem só, de origem asiática, procura Sorte qualquer que seja a idade; assunto sério"
Os comentadores que durante toda a noite de
ontem deram palpites e agitaram categoricamente as suas ruidosas matracas a
propósito do governo de Costa, do OE e da convivência próxima com Marcelo fizeram-no
com base em hipóteses, premissas e silogismos perceptíveis mas todos esqueceram
estrondosamente o facto de que Costa não tem e nunca teve qualquer tipo de estratégia.
Tecer considerandos sobre o futuro comportamento de um chefe de governo e de
partido que navega à vista – quando não há nevoeiro – é tão útil como aplicar
sulfamidas numa perna de pau.
Sem Guterres (que farejou a tempo o
chavasco ordinário das campanhas nacionais…), a Costa foi muitíssimo bom quando
lhe apareceu Nóvoa do meio da névoa (desconhecido, banal, obtuso, autossatisfeito);
e melhor ainda quando Maria resolveu ‘avançar’: podia cinicamente “conferir
liberdade de voto” e esperar que perdessem os dois – o que se veio mansamente a
verificar. A última coisa que lhe fazia falta era uma senhora católica
acompanhada de Melícias a ‘estabelecer pontes ao centro’ ou um ex-reitor
esquerdista-radical a ‘encorajar o controlo operário e as efemérides de Víctor
Jara’. Assim, apesar de ter medo da sabedoria e da rapidez absurda de Marcelo,
sempre conservará exclusivamente algum protagonismo político à esquerda nos próximos tempos. A
tarefa mais difícil para ele nunca se avizinha ou se aproxima – mas é sim
constante e muito presente: é manter-se vivo com a aplicação de elásticos,
clips, cola e cuspo no sólido Governo do
acordo de esquerda. Apoquentam-no a subida das malucas e a fúria surda de Jerónimo.
ÁGANDATINO !
Destes 5 candidatos documentados supra, apenas um - Tino de Rans - poderia ser classificado como Tiririca; mas foi ele o grande vencedor do alinhamento Anti-Sistema (Costa chamou-lhes, repugnado, os "populistas"). No entanto, pelo seu discurso rápido e sincero, foi bem menos tiririca que Sequeira ou Cândido. Os outros dois senhores, Morais e Neto, já haviam passado pela política, têm preparação, abordaram questões sérias e foram muitíssimo mal vistos pelas suas áreas ideológicas originais de onde emanaram. Costa folgou em que se tivessem enterrado: não tinham a mínima hipótese.
Mas Vitorino Silva é outra história: afável, exótico, ingénuo, arrasou em tempos a noite de Lisboa com aparições chocantemente provincianas em discotecas da capital. É ainda um genuíno homem do Povo - e um calceteiro que passa horas de lombo ao sol a aplicar afincadamente pavimentos onde outros cospem e cagam labregamente. Pernoitou com pedintes e sem-abrigo e visitou cafés onde se vê bola em Bruxelas. Este Homem é um fenómeno e quase ficou, nos resultados nacionais, à frente do Padre Edgar chegando mesmo em certas zonas a ficar à frente de Roseira e do Candidato Soviético. É bem feito para todos os conta-tostões institucionais que almejam trepar penosamente a 2ªs voltas. Também por causa 'deles' Jerónimo espuma de raiva: todos com algum sucesso referiram a corrupção, a injustiça, os direitos dos mais desfavorecidos e dos esquecidos - bandeiras que o PCP está definitivamente a deixar de usar em exclusivo.
Bravo Tino !
QUAL CARÁCTER ?
Belém Roseira não aguentou a campanha, a previsível
agressividade dos media, o confronto
dos debates de ideias - onde nunca se
discutem ideias - e as intrigas dentro do próprio PS: “ignóbeis” no dizer de
Alegre e visando “o assassinato político”. Esta última frase, mais do que repisada por cadastrados como Sócrates, Isaltino
ou Vara, nunca poderia ser aplicada a Maria de Belém pois que para haver um
assassinato é necessária em primeiro lugar uma vítima viva, e Belém estava politicamente
morta desde o início. Junto com ela (e Alegre) um friso de trombetas cheias de
verdete e tom roufenho – Vera Jardim, Joãozinho S, Jorge Coelho, Marçal Grilo, João
Proença assim como o falecido Almeida; mas também Tó-Zé e Assis, estes dois
mais a medo e fora da fotografia. Quem esteve, isso sim, bem no primeiro plano ontem
mostrando impudicamente a sua crassa figura foi Vitor Melícias – esse esteio da
caridade que o Papa Francisco I mandaria de bom grado emparedar numa cripta
bafienta.
Tudo a esta pequena senhora saiu mal; muito
mal. Deste seu lamentável episódio político ficam fotografias de visitas a
fábricas: uma de louças sanitárias e duas de produtos alimentares, onde é
captada para a posteridade empunhando salsichas e legumes de formas sugestivas.
Miserável.
Marisa+Catarina = Marina
Marisa “foi derrotada” nas suas próprias
palavras – pois que o seu objectivo era poder passar a uma segunda volta (não
se sabe bem com que utilidade real…). Mas saiu vencedora pois a sua votação de 10% não só se manteve próxima dos
resultados legislativos do BE, como ultrapassou os anteriores candidatos
presidenciais do seu partido (Louçã deve estar ligeiramente fodido). A
candidata, como já se esperava, não disse coisa com coisa e só proferiu
tontices. Acontece que Marisa (e o BE) tiveram um mérito que agora dificilmente
lhes conseguirá ser retirado: o de ter inventado
uma nova ideologia vácua designada com “a Esperança” – e o PCP está furioso. Colocados
na reforma dourada bisontes e dinossauros como Tomé, Louçã e Rosas (duríssimos Torquemadas
do Albanismo, do Trotskismo e do Maoismo) eis que as raparigas – as malucas do
Bloco – aparecem de súbito e provam com a sua ignorância política e histórica
que as Ideologias, as Doutrinas, a Ciência não fazem falta para nada; e os
potenciais eleitores agradeceram alegremente. Bastou-lhes a adopção estética da
estrelinha de 5 pintas “com rosto humano” (mas em fundo negro) e uns
lencinhos-Arafat; pronto: gentinha urbana e acomodada na função pública,
mulherzinhas complexadas e de cabelo curto, rapazinhos trajando de preto e de grenha
empastada – todos aderiram a esta nova Fé Evangélica que, mesmo o País estando
falido, promete assegurar-lhes a eles (povo eleito) as benesses das reposições
e dos aumentos para todo o sempre. Acontece ainda que entre os fiéis desta nova
religião de sacerdotisas de sovacos peludos estão homens urbanos espiritualmente vadiantes cuja idade ronda os 50 e os 70
anos, e com uma muito ténue réstia de desejo sexual, especialmente por
raparigas novas de pele suave, de
pescocinhos penugentos e de orelhinhas nuas: não restam dúvidas, cheira-lhes a
vagina.
Nódoa da Póvoa
Sampaio da Nóvoa - ôco como uma cabaça - é
um inútil académico das ciências da
educação; e estava à partida equipado de uma lista impressionante de
diplomas e certificados que afinal, verdadeiros ou exagerados, não o faziam nem
mais próximo do Povo nem mais competente para o que quer que fosse; a Vida não
é dar aulinhas para uma plateia ignara e crédula de estudantes de
rabo-de-cavalo que não dão réplica.
Nóvoa era ainda o candidato da esquerda
situacionista, mas autoproclamado como “independente”; e na hora de assumir honestamente
a derrota (enquanto as velhas imbecis do APRE carpiam torrentes de mucos nasais)
não deixou, todavia, de usar mentirosamente esse disfarce de independente - que o apoio efectivo e
visível da máquina partidária do PS oficial desmentiu às escâncaras.
Inconcebível, inapresentável.
domingo, 24 de janeiro de 2016
sábado, 23 de janeiro de 2016
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
BINGO NEUROLÓGICO de CENTENO
As pressões de Bruxelas, as metas do deficit, as reuniões do Eurogrupo, o programa despesista de Costa, as tipas das companhias de teatro; tudo isto produz dolorosíssimos entrechoques neuronais e descargas terríveis nas débeis sinapses de Centeno.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
TITULARES TUTELAM O SUBVENCIONISMO
Não estamos a falar de titulares duques, marqueses, condes ou viscondes; estamos sim a falar de Titulares de Órgãos de Soberania da República Portuguesa, a saber: o senhor Juiz Conselheiro, e Presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim Sousa Ribeiro; e a 2ª Figura do Estado à época; e "um grupo indeterminado de deputados" à Assembleia da Rebública.
Ora estes honrados senhores tomaram conhecimento, facultaram instalações e deram guarida a uma operação discreta, secreta e desnecessariamente encoberta, levada a cabo pelos tais 'deputados não identificados' em salinhas de fundos da AR: requerer a inconstitucionalidade do artº80 do OE2015 e(legalmente, aliás) que por fulano e sicrano terem prestado inestimáveis serviços ao País anteriormente a 2005 durante 12 anos consecutivos "possam receber a devolução integral (por carência...) da subvençãozinha vitalícia". O pequeno grupo trans-partidário pôs-se facilmente de acordo e logo ali trataram "da papelada" a levar ao TC. A documentação foi silenciosa e maternalmente recebida pela Instituição.
Em época de crise, de aperto de cinto e de redução de salários - à altura dos acontecimentos - vejamos quem eram os beneficiários da coisa: ex-deputados sobretudo (entre eles Vara, o doutor-dos-robalos); e também pessoas que tenham prestado os tais inestimáveis serviços em outros órgãos de soberania, como o TC por exemplo. Deve ser a isto que a tralha socialista-social-democrata chama orgulhosamente os "Valores Republicanos". Corja de Rattons.
GRANDE ORIENTE LUSITANO
GOL: Apresentação do Relatório e Contas de 2015
O secretíssimo avião de reconhecimento Lockheed U-2A e U-2R; e Cuba.
O Lockheed U-2A - 1960 |
O Major da USAF Richard Heyser; na verdade, saiam oficial e 'livremente' das forças armadas e trabalhavam para a CIA. |
Cuba, 1962 |
A versão U-2R |
O actual fato pressurizado; os pilotos estão devidamente "algaliados" e bebem nutrientes por pequenos tubos - as missões podiam demorar mais de 36, 40 horas... |
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
IL CONSIGLIERE È MORTO. (a necrologia salva o dia)
Nesta comovente notícia necrológica “O
Grande Oriente Lusitano (1802) informa” que o mano Almeida 'Santo Traficante' Santos “passou ao Oriente
Eterno” (passed, kicked the bucket...); ou seja, morreu de
morte macaca seguindo directamente de Ocidente para Oriente – lá, onde o Sol se
ergue todos os dias, os lotus se abrem graciosamente e Kim Jong-un trata das roseiras - a fim
de descansar para todo o sempre na companhia mansa de Robespierre e sob o olhar
benevolente do Ser Supremo.
Como era previsível, na sequência do
falecimento do Consigliere apenas se
depositou o pobre corpo em câmara ardente na Basílica da Estrela (de 5 pontas)
e seguir-se-ia o funeral “com cremação e sem qualquer cerimónia religiosa, como
era desejo do próprio”. O velho salteador aventaleiro passou; e beneficiou por artes suas do melhor que dois mundos têm
para oferecer: um velório num imponente edifício religioso da Capital – a Basílica
da Estrela (a calhar !), cuja construção foi promovida por Dona Maria I Rainha
de Portugal e do Brasil – e um serviço fúnebre mação-aventalo-livre, “apenas
com cravos vermelhos”. A fulaninhos de
esquerda mas miseráveis de bolsa e de origem grossa como António Feio, Raúl
Solnado e José Saramago, Almeida Santos deixou de bom grado o pífio e térreo Palácio
Galveias; a “ele” destinou, por desejo ou residência escolhida, o luxo
tradicional e seguro de um templo católico: dupla partida a pregar a críticos
indigentes e a Deus (ao Deus Pai de Jesus Cristo). Designado toscamente nas parangonas
desprevenidas dos jornais como “o jurista que ajudou a unir o País e
o PS depois de Abril”, Almeida Santos beneficia na morte da reputação
cuidadosamente arranjada de que beneficiou em vida: já a muito poucas pessoas
interessa o facto de Almeida ter feito uma carreira de advogado em Moçambique
que culminou meteoricamente em truques fazendo-o
enriquecer do dia para a noite: depressa, honestamente e bem não há quem. Quanto à
união que levou a cabo no PS deve ter sido com a cola das besuntices e do maquiavelismo mais pragmático: é-lhe conhecida a chalacenta frase (que não
é sua) de que “para os nossos amigos, tudo; para os nossos inimigos, nada; para
os restantes, cumpra-se a lei”. Há que reconhecer-lhe, a par de uma fama
merecida de cigano moral e material, uma certa ironia e alguma graça; a graça
dos malandrecos que sabem que são malandrecos e que têm conseguido escapulir-se. Honra lhe seja feita, o Socialismo nunca o impediu de andar bem vestido com as melhores
fazendas e as melhores alpacas; e de se abafar com fausto em sobretudos da
melhor vicunha e em luvas de pele de toupeira.
É de compreender o choque e a dor de Maria de Belém que, devido ao inusitado óbito do ilustre amigo, nem conseguiu comparecer no debate televisivo de ontem: a pobre senhora devia admirar profundamente il Consigliere. Também Ferro Rodrigues, qual trambolho institucional e político, leu tartamudeando com esforço infantil um textozeco elegíaco na Assembleia – ao qual os deputados bateram palmas sentidas. Isto é lindo em qualquer parte do Mundo !
Deixa descendência genética na AR, a sua
filha sobrevivente que foi judiciosamente colocada em lugar elegível nas listas
de deputados. Esta hereditariedade monárquica
e de sangue acontece – à excepção das Monarquias – apenas no Comunismo e no
Socialismo: a História passada, presente e futura esteve, está e estará a
abarrotar de exemplos excelentes.
Alfredo Fredo
Barroso, pateta como é, escrevinhou anteontem que “ele nem era
membro fundador do PS”; ora o Velho Almeida nunca precisou de fundar o que quer que fosse – conseguiu sempre
habilidosamente beneficiar das fundações
dos outros, fazendo-se necessário, prestável, influente e bom conselheiro.
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
MANOEL de OLIVEIRA, SOUTO de MOURA, RUI MOREIRA, marido de ISABEL e o ERÁRIO PÚBLICO.
Isabel dos Santos e o marido, Sindika - colecionador de Arte Africana. |
No Porto, um dos elefantes brancos herdados pela edilidade foi ontem vendido em hasta pública. A denominada Casa Manoel de Oliveira (denominada não se sabe bem por quem...) estava inútil, desabitada e vazia de qualquer espólio desde a sua conclusão em 2003. Na notícia abaixo diz-se que "foi lançada (!) em 1998"; "lançada", assim do género "barro à parede" - a ver se pega. Não pegou:
« A 'casa do cineasta', vendida hoje por 1,58 milhões de euros, vai ser a nova sede da Fundação Sindika Dokolo para a Europa e um "espaço de reflexão e aprendizagem para jovens artistas". » Albergará também a maior parte da Colecção do Benfeitor.
'Casa Manoel de Oliveira' por Eduardo Souto de Moura - piso superior |
Antes... |
« Para o presidente da autarquia do Porto, Rui Moreira, a venda da casa é "mais do que um alívio" porque "existia uma preocupação grande" por esta estar "ao abandono", pelo que "além do interesse monetário" da venda, também é resolvido "um problema de reabilitação".
"É uma casa da autoria de Souto Moura, portanto tem desde logo um impacto relevante na cidade do ponto de vista arquitetónico e era um ativo que estava perdido porque o uso para que foi concebido nunca foi concretizado e não foi com certeza por culpa da câmara municipal", disse.
A Casa Manoel de Oliveira foi lançada em 1998, sem que tivesse sido formalizado um acordo com o realizador para o uso da casa, o que acabaria por condicionar o futuro do imóvel que ficou concluído em 2003, mas nunca teve o uso para que foi pensado.
Em 2007, o advogado do cineasta responsabilizou a câmara, liderada pelo social-democrata Rui Rio, pelo fracasso da criação da casa-museu.
Cerca de quatro anos depois, o filho do realizador, José Manuel Oliveira, informou que se tinha gorado, por falta de acordo, a hipótese de transferência do acervo para o edifício, notando que a conduta da autarquia tinha levado o cineasta a não aceitar a "Chave da Cidade". »
... y después. |
Certíssimo é que Souto de Moura não ficou sem os seus honorários. O projecto é interessante e não se pode pôr em dúvida o desenho e o gesto poético do Autor. Será de questionar, sim, o modo como todo o processo decorreu, quem teve "a ideia", quem resolveu "lançar" a "casa" em 1998, com que dinheiro, como se deu a escolha do arquitecto (será que poderia alguma vez ter sido um tipo dos Açores ?), quanto custou a obra, quanto tem custado a sua paupérrima mas necessária manutenção desde que abriu e fechou em 2003; e sobretudo quem no fim poderia e devia responder na Justiça por tão irresponsável (criminosa) gestão dos dinheiros públicos; uma 'casa' que, ao que tudo parece, não era sequer desejada pelo visado - sendo que aos "visados" é muito mais confortável e fofo vender por largos dinheiros (públicos) o seu espólio a instituições ainda prestigiadas e fidedignas como a Biblioteca Nacional ou similar. A bendita e inventada 'Casa Manoel de Oliveira' não devia ter dinheiro nem para comprar carrinhos-de-linhas.
Sobre um projecto 'à Porto' - com todos os seus deliberados erros construtivos, porque dão mais pinta a projectar e a desenhar para as revistas - passaram 13 anos. E num dos janelões (por detrás dos quais jazem inúteis várias cadeiras formiga de Arne Jacobsen que ainda não foram furtadas por pessoas cultas) está agora aplicado um mui-fatela autocolante "scuritas"; Deus meu, que sacrilégio.
Este País da Cocanha está cheio de 'casas' onde fulanas e sicranos do situacionismo kultural lambecuzista vão regularmente agitar um espanador e merecer as suas magras sopas, coitados: ele é a 'Casa Manoel de Oliveira', a Casa Fernando Pessoa, a Casa-dos-Bicos-que-a-Pilar-e-o-PS-fizeram-ao-Saramago, a Casa das Artes, a Casa da Música, a Casa Conselheiro Bezerra, a Casa Civil, a Casa dos Segredos - enfim Casas de Putas.
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