Costa diz que "somos um dos países mais centralizados da Europa", apelando assim à descentralização para dar solução a todos problemas da pátria - desde a falta de tachos e negociatas para os amigos até ao desemprego maçador que persiste: "se não descentralizarmos não conseguiremos dar o salto (!...)". E não se ficou por aqui; como génio curador da coisa pública que é, Costa admite "reverter as fusões de freguesias" (evidentemente não referiu que somos um país de pequena dimensão mas com um desenho do território local confuso, anquilosado e de toponímia arcaica).
A imbecilidade de culpar um determinado sistema de governo pela incompetência e pela corrupção do pessoal político que governa permanece assim bem viva e palpitante no PS. E a quimera idiota de descobrir um sistema mágico que tornará todo o autarca inteligente e bom é o prato do dia, servido requentado por Costa.
Existem, no entanto, sistemas que incitam mais à roubalheira do que outros. Resta ainda confirmar se de facto somos muito "centralizados": não existe já regionalização com os governos regionais da Madeira e dos Açores ? Não existe já a descentralização oferecida às autarquias que têm a capacidade de cozinhar os negócios mais delinquentes e mais ruinosos para as Finanças Públicas ? 'Sim' a ambas as questões; e os óptimos resultados são conhecidos.
Como vácuo intelectual e político que é, Costa proferiu pois estas pérolas de governance - em tom trágico e armado de uma gravata absurda.
Inapresentável.