... foi terem sido detidos pela PIDE e devidamente fichados em benefício do seu palmarés antifascista, assim como para o enriquecimento da memória futura. Falando em "memória", Rosas deu uma engraçada entrevista ao esquerda.net no passado dia 28 de Abril - aliás nada preparada e nada pensada para conferir rédea solta ao sapiente historiador dos fascismo. Aí, no vastíssimo prado desimpedido do órgão do BE, Rosas disserta cheio de autoridade afirmando em destaque « há [actualmente] um debate sobre os usos políticos da memória ». Este "debate" deve ter sido inventado por ele; ele - Fernando Rosas - que decide assim, e decidirá cientificamente daqui para a frente, qual o revisionismo histórico que é lícito ou não é; e quando estamos perante memórias, história ou branqueamento; e quais são as fontes legítimas ou "coisas que não interessam para nada".
Também Louçã, reformado do BE, ganhou merecidamente o estatuto de Senador que lhe foi atribuído de forma bajuladora pelas TV's: ex-Torquemada da esquerda parlamentar, o professor "que escreveu uma data de livros e é muito inteligente" é ouvido regularmente com devoção acerca de Economia (uma ciência que ele jurou jamais levar à prática...). Agora manobra na sombra mais facilmente os destinos do BE, visto que Catarina está solitária no poleiro.
Mas o que definitivamente criou e consolidou as suas carreiras políticas e o seu protagonismo foi o Estado Novo; este e Salazar, e Marcello Caetano. Sem o Fascismo Português estes dois nunca teriam ido mais longe do que o modesto escritório de advogados ou o stourismo mais comum.
Esquecendo criteriosamente as ditaduras na Europa oriental que duraram pelo menos 44 anos (sem contar com a URSS), pergunta-se ainda Rosas - fascinado com a canga duradoura das ditaduras "de direita": « o que levará um povo a suportar tal sofrimento por várias décadas sem se revoltar ? » A Resposta é simples: é a existência de tipos como eles, sem capacidade para governar, conquistar ou matar, mas cheios de vocação para funcionários, ideólogos, teólogos, executantes, vigilantes e verdugos. É só escolher a cor do regime.
Deviam estar gratos ao 28 de Maio.