sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

NÃO HÁ DÚVIDA.




 
O Público noticiava hoje assim, no rescaldo das comunicações de ontem, o resumo do "último capítulo" da Sucessão de Portas:
 
" «Sou candidata à liderança do CDS». Num curto post, a ex-ministra da Agricultura Assunção Cristas anunciou a sua decisão, pouco mais de três horas depois do eurodeputado Nuno Melo ter declarado, na sede do partido, que não avançava à sucessão de Paulo Portas;
«A decisão foi amadurecida com a minha família e amigos, e beneficiou do conselho e do estímulo de muitas pessoas de dentro e de fora do CDS. A todos muito obrigada!», escreve Assunção Cristas, remetendo para as 20h mais explicações sobre a sua candidatura."
 
Depois, citando fonte da Lusa:
 
"Elogios de Hélder Amaral e Telmo Correia:
Questionado pelos jornalistas na Assembleia da República, antes de Assunção Cristas ter anunciado publicamente que será candidata, Hélder Amaral afirmou que a vice-presidente do partido "é uma excelente candidata", e que pode contar com o seu apoio. "Sim, claro que sim", respondeu.
Quanto à decisão de Nuno Melo de não se candidatar à liderança do partido, Hélder Amaral afirmou não estar surpreendido, escusando-se a fazer mais comentários.
Questionado sobre se Assunção Cristas seria uma boa candidata, Telmo Correia atestou que "sobre isso não há grandes dúvidas". Telmo Correia vincou que "a doutora Assunção seguramente será uma boa candidata", acrescentando que a centrista é "o nome mais forte e a escolha mais forte que o partido pode fazer".
Relativamente a Nuno Melo, Telmo Correia considerou que «não houve nenhuma desistência. O doutor Nuno Melo anunciou só que não apresentava candidatura, para ter desistido era preciso que tivesse apresentado primeiro», disse.
Telmo Correia afirmou, ainda, que não se candidatou ao cargo porque havia «dois nomes mais fortes neste momento»."
 
 
Ora estes dois cavalheiros, com estas declarações vácuas e inofensivas, mais não faziam ou fizeram do que resguardar a posição ou sentimento geral "no partido": era Nuno Melo o desejado líder. Engraçadíssimo Telmo Correia dizer « não me candidato porque há dois candidatos mais fortes». Como se pode ver, a T. Correia não interessa qualquer rumo, programa, objectivo político e ideológico; apenas que «se eu fosse mais forte que os outros me candidataria». Este voluntário e assumido total esvaziamento programático da questão da liderança do CDS-PP é péssimo; parecem apenas estar em causa nomes, tipos de pessoa, estilos, se é homem ou mulher, se a sua voz é grossa, se é assim ou assado - política zero.
Obviamente que Nuno Melo tem razão quando diz «não sou deputado à Assembleia e para ser líder do partido e ser oposição na AR isso é muito necessário». Mas dizer que ele, e o seu cabelinho 'à foda-se' «...fizeram e estão a fazer um excelente trabalho no parlamento europeu» é um pretexto com grossíssimos laivos de patranha.
Não há dúvida, estes cavalheiros estão todos com medo e preguiça; não há dúvida, ainda não fizeram o luto por Portas; não há dúvidas, os notáveis do partido acham que este líder poderá ser para queimar. Não há dúvida, não gostam de Assunção Cristas.