terça-feira, 24 de maio de 2016

a ministra EXIGE


 
Estive a verificar e não dei com uma única empresa pública e / ou municipal / regional de Operadores de Estiva portuária: nem uma. Todas - mal ou bem - são SA ou Lda; ou foram, desde 1982 para cá, desnacionalizadas, privatizadas ou 'dadas' em outsourcing por governos AD, por governos Bloco Central, por governos Cavaco, por governos da salomónica 3ª Via-Guterres, por governos 'El Chérne' ou por governos Sócrates. Nem sequer vou pretender abordar aqui a questão da justiça histórica, da segurança ou do acerto de tal situação: acontece que os estivadores são trabalhadores por conta de outrem e laboram em empresas privadas - que são os Operadores. Realidade.
 
Mercê da nossa irrelevância económica, da nossa fraca demografia, das nossas passadas e actuais asneiras económico-financeiras, do nosso constante grevismo e falta de fiabilidade e porque entretanto perdemos os poucos transportadores marítimos que ainda por cá passavam (por causa de taxas e despesas portuárias exorbitantes) Portugal e quase todos os seus Portos Comerciais têm nas mãos um excesso de Operadores de Estiva e - obviamente - um excesso de estivadores. Dá-se ainda o facto desses responsáveis cavalheiros terem um poderoso sindicato minado pela CGTP e manobrado pelo PCP - que sempre lá teve o seu boneco de ventríloquo (agora, já não se chama nem Carvalho da Silva nem Zequinha...)
Perante todo o cenário de débil (patética) Economia que já tínhamos e que agora Costa agravou e vai continuar a agravar, não é de espantar o "despedimento colectivo" e o redimensionamento dessas empresas. Ora a esta realidade crua o Sindicato berra, esbraceja e decreta greve; os piquetes agitam-se para as reportagens televisivas; surgem os confrontos pontuais com a polícia - e finalmente todos verificam quão insuficientes são os serviços mínimos e precária a situação da Madeira.
 
Eis que se dá a intervenção falada e teatralmente representada destes 3 actores políticos: o Sindicato (a CGTP) quer raivosamente beber o sangue dos Operadores; PCP e BE (as duas pernas esquerdas) "pressionam o governo  para resolver a situação" (que queridos !) e o governo, pela voz obesa da ministra Vitorino, "exige que trabalhadores e operadores voltem a negociar".
O melhor mesmo é nacionalizar já tudo; e depois - sem qualquer actividade laboral - manter essas empresas e pagar os "trabalhadores", que mesmo quando estão a dormir são trabalhadores.