Cavaco
é o inapresentável produtor-de-bolinhas-de-cuspo Presidente desta república de
bananal – cujas guias mestras estão plasmadas na Marxista-Hermafrodita
Constituição da RP. Essa Constituição foi sabiamente urdida, em 1976, para que
o sistema não funcionasse; para que os vários poderes se pudessem vigiar
mutuamente – sem fazerem quaisquer danos uns aos outros; para que as empresas e
a iniciativa privada não pudessem surgir, crescer ou evoluir – sufocando-as;
para que os designados como “trabalhadores” fossem os novos senhores feudais –
tendo todas as garantias, mesmo quando não exista dinheiro nem para
botões-de-ceroulas; para que os “tolerados” patrões fossem, pois, incentivados
a explorar labregamente todo e qualquer trabalhador – porque as leis os
tornaram desconfiados e sempre prontos a contratar pelo valor mais pobre e
miserável. Todas as revisões até agora efectuadas não passaram de cosmética –
sendo que foi preciso a maldita Troika para que algo mudasse pontualmente nas
nossas “leis” (e nem sempre para melhor).
Ora
Sua Excelência o PR (cuja caspa é diligentemente sacudida dos seus ombros pela atenta
e fiscalizadora esposa) tem arrastado desnecessariamente o processo de formação
do novo governo – passados que já estão 15 amodorrados dias desde as eleições:
o País espera a queda do machado no cepo, qual galinha cataléptica. A bendita
Constituição permite estes prazos dilatados; e o Professor alonga ainda mais a
coisa – quando tudo isto deveria ter sido logo resolvido com um par-de-chapadas
regimental. Ouve Costa, ouve Passos, depois ouve BE e PC, depois Passos de novo;
depois ouve os “Ases das Avenidas”. Permite assim que os joguinhos e a
intrigalhice prosperem. Tudo isto é lamentável. Cavaco preside a um regime “semi-presidencial”;
logo temos semi-dignidade, semis-actitudes,
semis-iniciativas, semi-virgens, demasiadas
semi-coisas com demasiados actores (estes não-semi do ponto de vista dos
custos).
Bem
à portuguesa, os politólogos chamam a isto “Magistratura de Influência” – um
palavrão idiota composto por duas das mais funestas palavras que a Língua de
Camões já pariu.