A
República Portuguesa não é recente de 105 anos – mas velha de 175, quando a
Monarquia Constitucional ficou finalmente refém (e para sempre) da rotatividade
corrupta no Poder das Obras Públicas e respectivos partidos
saídos das guerras civis do primeiro quartel do século e do Liberalismo baboso.
Neste pântano fétido chafurdaram à vez ou ao mesmo tempo partidos Regeneradores, Históricos, Liberais, Cabralistas, Fontistas, Progressistas, Republicanos e outros ainda. O nojento episódio da formação da
Companhia das Lezírias, no tempo de Dª Maria II, mais não foi do que a divisão
gatuna de riqueza, de propriedades e do confisco de bens da
nobreza-antigo-regime por parte da recentíssima e mui-labrega burguesia
política dominante, que emergia para governar “progressivamente” – sem contudo
desdenhar de Condecorações Reais, Ordens, Comendas, Hábitos de Cristo, e de Títulos
de Nobreza que, apesar de apenas vitalícios, alguns insistiram fraudulentamente
em querer legar “à sua família”
(certamente por considerarem que o seu sangue era azul…).
Já
‘para o fim’, e desde D. Luís I passando por D. Carlos e terminando com D.
Manuel II, existia, ia a eleições e tinha representação nas Cortes o Partido
Republicano – legal, reconhecido e “esteio do progresso e do socialismo”. Logo
após 5 de Outubro de 1910 o que acontece? O Partido Republicano sobe ao Poder,
manda exilar o Rei e ilegaliza todo e qualquer partido monárquico - perseguindo,
degredando ou encarcerando os apoiantes da Causa Monárquica. Tenho a certeza
que seria este o procedimento caso o PCP viesse a dominar de novo em Portugal (como
no animadíssimo período entre 28 de Setembro de 1974 e 25 de Novembro de 1975).
Em
1911, as mulheres proprietárias e os analfabetos, que tinham direito a voto na
Monarquia, deixam de poder exercer esse direito (era a República com a
Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade; enfim, a verdadeira Democracia).
Evidentemente que em pouco tempo o Partido Republicano se desfez em 4 ou 5
facções – cada uma com a sua Loja Maçónica, com o seu exército privado e com o
seu grupo de assassinos a soldo, todos em busca de dinheiro e de benesses
pessoais. Um festival.