Já
o afirmei, quase não há ‘direita’ em Portugal. Ela é pouco numerosa, ignorante,
tímida, rural e preguiçosa.
Portugal
é de esquerda porque cá não existe independência pessoal e autonomia para
poder votar em consciência na força política que se acha, em cada instante,
mais capaz (ou menos incompetente…) para governar o País.
Grandes
banqueiros são ou foram publica “e orgulhosamente” de esquerda; muitos
empresários afirmam soberbamente o seu esquerdismo; legiões de “pensadores”,
cineastas e “artistas” gritam aos quatro ventos que são de esquerda – até porque
dentro do ventre materno já o eram, e fica mal não referir o facto.
Em
Portugal é-se de esquerda porque se é, na maior parte dos casos, funcionário público,
juiz, médico ou professor; ou dramaturgo-escrevinhador
de teatro irrepresentável; ou dono de uma clínica que beneficia ou beneficiou de
‘acordos’; ou grande construtor civil ansiosamente à espera de Obras Públicas;
ou fornecedor do Estado – pendurado nas facturações atrasadas mas também nas
receitas tidas como seguras; ou pequeno empreiteiro que faz Obras Locais, faz
rotundas, balneários para campos de jogos ou fornece abrigos para paragens de
autocarro e parques infantis.
Em
Portugal, os banqueiros são de esquerda porque o Estado prefere pedir dinheiro
emprestado à Banca com juros altos e pesadas comissões para compras vultuosas
necessárias mas pontuais (caso dos submarinos) do que pagar a pronto com
liquidez disponível (que existe sempre…) e que não onera o Erário Público.
Em
Portugal estamos de forma fatal e venérea condenados a ser de esquerda, pois
sem os gastos públicos (que não os verdadeiros investimentos…) não há bifes na
mesa para a rapaziada. Porque isto de ter de “empreender”, inovar, exportar e
planear dá uma grande maçada.