Fosse o Dr João Soares um homem lúcido e já teria percebido há muito
tempo quão lamentáveis são as suas sucessivas mudanças de direcção – no constante
zig-zag político para que, tanto no PS como no resto da sua existência, se consiga
manter à superfície e ‘importante’ ou ‘necessário’. É confrangedor o seu
espectáculo de contorcionismo na comunicação social – esperançado na amnésia
dos espectadores e do Povo. Porque tem sempre como lorpas todos os outros,
quando ele é que é manifestamente obtuso.
Ao longo dos anos foram-lhe frequentes estas frases afogueadas e auto-publicitárias:
« Desculpe-me, mas nisso de esquerda ninguém me leva a palma! » ou « O meu
amigo, há-de fazer-me justiça, sabe perfeitamente que sou incapaz d’isto ou d’aquilo (tanto faz…)» ou « Olhe que eu ainda sou do tempo em que ‘havia monstros nas florestas’ etc.»
assim como « Desculpe-me, eu estava lá, assisti àquilo tudo, lembro-me
perfeitamente!»; sempre a chegar-se à frente, sempre em bicos dos pés.
A última das suas topadas geo-políticas foi passar meteóricamente do
apoio ‘incondicional’ ao plebeu António José Seguro (dia 3 de Outubro), para o
apoio ‘solidário’ ao elitista António Costa (dia 4 à noite).
Depois, sentindo os movimentos do Secretário-Geral, logo se apressou a
comunicar aos écrans que « tinha sido ele o primeiro a provar que era
possível trabalhar com o PCP; e que este até ia ajudar a reformar a NATO (!?!?)
».
Supra-cómico.