sexta-feira, 11 de março de 2016

AS CORES RASCAS de PINTO DE SOUSA



Caída a mordaça feita ao Correio da Manhã não tardaram a reaparecer as parangonas diárias e os programas do CM acerca de Sócrates. Mais do que em qualquer outra altura pudemos rever em pouquíssimo tempo, quase condensada, esta história lamentável e de baixíssimo nível em que se viu e vê metido Pinto de Sousa - mas por sua exclusiva culpa.
Só por si, os crimes de que está indiciado são gravíssimos; e os métodos alegadamente usados por Sócrates para enriquecer e iludir o fisco demonstram mentalidade de gangster, uma total falta de vergonha e desprezo absoluto pelas gentes que governava ou tinha acabado de governar.
Como se tudo isto não bastasse, os meandros, as histórias e os episódios absurdos de que é feito este folhetim, revestem - todos eles - um aspecto rasca e ordinário difícil de apreciar na sua totalidade feia. O muito badalado friso de mulheres é apenas um dos lados da moldura de plástico dourado que envolve o Caso: são as "5 Mulheres da vida de Sócrates"; e se contarmos a senhora sua mãe Adelaide, poderiam muito bem ser "As 6 Mulheres de Sócrates, o único". A casa na Abade Faria (que recebeu inúmeras rumagens notáveis...) dá a dimensão pífia do sentir e do gosto de Pinto de Sousa - assim como o anexo-barraco no centro do quarteirão: era Paris, SIM, o cenário final e apropriado para o fausto e o luxo (!...) que tornariam o existência de Sócrates doce e prazenteira, para todo o sempre.
 
Devemos referir que apenas se safa - apanhado desprevenido na voragem - o rapaz das pizzas, cujo bom nome aqui preservamos cuidadosamente. 
 
Quanto às demais personagens pardacentas do folhetim, recorde-se Barroca - que afirmou ao MP "que Vara era um sócio invisível de Valle de Lobo"; e recorde-se o próprio Vara, que tudo o que tocou e toca cheira a podre e a esturro e ainda conseguiu trazer ao conhecimento público uma história pessoal de uma suposta filha sua, não reconhecida, criada e alimentada por outro que agora quer ser ressarcido... . E mais Santos Silva, o generoso e mui-próspero amigo; e mais Perna, o motorista-correio renitente. E outros ainda.
 
Só escumalha.