Garanto que não escrevo estes pequenos
textos sob o efeito de substâncias inebriantes ou psicotrópicas; logo no
primeiro dia (no 1º post em Outubro
passado) disse que “nem sempre farei muito sentido”. É verdade; mas julgo que ainda
assim é possível discernir sem grande dificuldade a minha intenção e o meu
ponto de vista em cada instante.
Ontem classifiquei Marcelo de “saguim
saltador” porque ele é irrefutavelmente rápido, irrequieto e contorcionista –
isto num primeiro e curto mês do seu reinado.
E também porque no seu discurso de ontem quis nitidamente agradar a tudo e a
todos. Às tantas, pareceu-me mesmo que referiu “que já tínhamos ultrapassado a
Crise”. Infelizmente tal não aconteceu; todos os indicadores e números
desmentem essa quimera. Os credores e a finança internacional (os mercados…)
estão pessimistas. O deficit será
ultrapassado e o Crescimento tenderá para zero. Apenas o governo-costa e a
esquerda em negação parecem não se dar conta do cenário: continuamos
endividados pesadamente até à ponta dos cabelos, a ter de pagar juros e
amortizações que atingem anualmente montantes absurdos; e ainda não foram
descobertos na Lourinhã os numerosos poços de petróleo que poderiam mudar
radicalmente a situação.
O PC estalinista de Jerónimo ainda julga
que pode imprimir, durante a noite, notas de Rublo numa cave do Banco da URSS;
e que pode haver criação de Riqueza – magicamente - sem a mais-valia vinda do Trabalho
e da Procura. Por seu lado, o BE entrega-se às comunicações mais disparatadas e
agressivas e às propostas legislativas mais absurdas e arrepiantes: este Bloco está recheado de loucos e loucas patetinhas.
Ora foi a estes dois robustos pilares que o
PS de Costa se juntou para armar uma tripeça de suporte à Geringonça. E a bem
do país (da malta socialista pendurada no Erário) o primeiro ministro emite
ordens e amontoa asneiras, desfazendo o que ainda se podia aproveitar, e
colocando Centeno a ceder às exigências mais despesistas que a esquerda
delirante inventa. Marcelo, entretanto, contemporiza.
Parece-me que o que está à vista não é a
recuperação económica mas sim um outro resgate – que nenhuma Instituição europeia
ou Banco internacional quererá viabilizar.
Oxalá eu esteja inebriado.