terça-feira, 26 de abril de 2016

Psicotrópicos Financeiros



Garanto que não escrevo estes pequenos textos sob o efeito de substâncias inebriantes ou psicotrópicas; logo no primeiro dia (no 1º post em Outubro passado) disse que “nem sempre farei muito sentido”. É verdade; mas julgo que ainda assim é possível discernir sem grande dificuldade a minha intenção e o meu ponto de vista em cada instante.
Ontem classifiquei Marcelo de “saguim saltador” porque ele é irrefutavelmente rápido, irrequieto e contorcionista – isto num primeiro e curto mês do seu reinado. E também porque no seu discurso de ontem quis nitidamente agradar a tudo e a todos. Às tantas, pareceu-me mesmo que referiu “que já tínhamos ultrapassado a Crise”. Infelizmente tal não aconteceu; todos os indicadores e números desmentem essa quimera. Os credores e a finança internacional (os mercados…) estão pessimistas. O deficit será ultrapassado e o Crescimento tenderá para zero. Apenas o governo-costa e a esquerda em negação parecem não se dar conta do cenário: continuamos endividados pesadamente até à ponta dos cabelos, a ter de pagar juros e amortizações que atingem anualmente montantes absurdos; e ainda não foram descobertos na Lourinhã os numerosos poços de petróleo que poderiam mudar radicalmente a situação.
O PC estalinista de Jerónimo ainda julga que pode imprimir, durante a noite, notas de Rublo numa cave do Banco da URSS; e que pode haver criação de Riqueza – magicamente - sem a mais-valia vinda do Trabalho e da Procura. Por seu lado, o BE entrega-se às comunicações mais disparatadas e agressivas e às propostas legislativas mais absurdas e arrepiantes: este Bloco está recheado de loucos e loucas patetinhas.
Ora foi a estes dois robustos pilares que o PS de Costa se juntou para armar uma tripeça de suporte à Geringonça. E a bem do país (da malta socialista pendurada no Erário) o primeiro ministro emite ordens e amontoa asneiras, desfazendo o que ainda se podia aproveitar, e colocando Centeno a ceder às exigências mais despesistas que a esquerda delirante inventa. Marcelo, entretanto, contemporiza.
Parece-me que o que está à vista não é a recuperação económica mas sim um outro resgate – que nenhuma Instituição europeia ou Banco internacional quererá viabilizar.
 
Oxalá eu esteja inebriado.