Desde
o dia 22 de Março, ocasião em que o Daesh
desferiu um sangrento, desprezível e cobarde golpe na civilização e na
inteligência, que nada se passou de verdadeiramente importante ou válido; e
este Abril das rosas e dos cravos tem sido de uma aridez e de uma tristeza
totais quanto a notícias, factos, acontecimentos, desenvolvimentos, coisas: «
Morreu Fulano de Tal, erudito », « Faleceu o Conselheiro Bezerra, um pilar da
sociedade », « Sicraninho foi detido e será presente ao juiz de instrução lá
mais prá tardinha », « Pedro Arroja será interrogado, julgado, condenado e
torturado por uma juíza esganiçada que é guarda-livros voluntária na Comissão
da Igualdade de Género »; enfim, modorra.
Tirando
o recente e asinino episódio envolvendo João Soares – que pela pequenez e pelo
ridículo verdadeiramente não conta – nada de relevante se passou ou vai
passando: Marcelo foi coroado presidente e precipitou-se a ir beijar o anel de
Sua Santidade; a geringonça goza da benevolência dos media e de total
impunidade na indigência mental que assola o País; Passos decidiu que era esperto
e bom para o partido o valoroso mote “Social Democracia Sempre” – e deu-se o
Congresso entronizante da sagaz estratégia. O CDS é liderado por Cristas e já
faz ponto-de-cruz e poupança nos clips. Costa, como quem erra por um caminho de
almocreves bêbados, vai conduzindo Portugal de bacorada em bacorada até ao
resgate final. As tontas do Bloco, entretanto, não perdem ocasião de aparecer,
de protestar e de esganiçar umas falas torrenciais – categóricas e ameaçadoras.
O
Comunismo vigia, dissimulado em arbustos; Louçã engravata-se e sobe à categoria
de eminência; Marcelo convida Draghi e este publicita o discurso e as Reformas –
enquanto Costa afirma parvamente “que elas não se destinam a Portugal”.
Contemplando o desenrolar deste folhetim da má qualidade, a Europa Prussiana torce
o nariz.
Estimulante.