... deixando as duas selecções totalmente incapacitadas.
Está à porta mais um feio fim-de-semana de
Julho, mês de calor, de imobilidade e de prazenteiros vagares labregos. É já no
Domingo o fim do penoso Euro2016. A improvável presença numa final da nossa
selecção (uma não-equipa) tornou-se uma realidade injusta; o evento trará
emoção pateta ao de cima e fará as pegajosas gentes verter lágrimas como se
estivesse em jogo não uma bola mas sim o Destino da Nação ou uma descoberta
científica benfazeja. São as carpideiras de todas as classes e sexos deste país
sempre prontas para depositar importância e valor em algo que manifestamente os
não tem – e vibrar desbragadamente com isso.
Neste estado de catalepsia e estupor intelectual,
o Povo deixa-se mais facilmente enganar e apascentar pelo primeiro ministro e a
sua equipa de pastores-repetidores de mentiras. Costa tem vindo aliás sem
qualquer pudor a tirar partido político dos jogos, colando-se na fímbria do
calção de Ronaldo e produzindo afirmações de que “juntos (eu costa e vocês
selecção) até ao fim”: têmo-lo visto nos estádios aos saltinhos – em vez de
trabalhar e servir o país. Grotesco; e é um facto que todo este pastoso Europeu
já lhe trouxe dividendos suficientes, tendo até conseguido contaminar Marcelo
com os bacilos da política popularucha – arrebanhando-o para a festarola.
Depois logo se verá: o Povo vai de férias para as praias apinhadas de
banhistas; a política abradará também - mais-embuste menos-embuste com
jornalistas e cidadãos simultaneamente indignados com as Sanções e
tranquilizados pelo seu caracter “de palmadinhas” benevolentes; que é também
aquilo que a França aceita ter como sanções: nada.
De campeonato para campeonato, a peixeirice,
a estupidez e a curiosidade mórbida dos apoiantes agravam-se tornando a coisa
cada vez mais difícil de suportar - pois a onde quer que se vá só se vê
futebole e só se fala da mesma coisa, das estatísticas e da Prima Donna
Ronaldo.
O bom remate para todo este malcheiroso mês
seria o balde de água gelada pela córnia abaixo de todos os artistas e adeptos:
Tenho muitíssima pena que no jogo da Final as selecções francesa e portuguesa não
possam perder as duas – como seria da mais elementar justiça.