João XXIII, o Papa Santo ou o Papa Alegre, não teve paz de espírito e alegria nos últimos dias da sua vida. E não era por saber que existia esse terrível mal que lhe corroía as entranhas: estava preparado para suportar as Penas terrenas e do Purgatório - assim fosse a vontade de Deus, nosso Senhor.
Atormentava-o, sim, ter convocado o Concílio; e temia ter criado um monstro e posto em marcha uma degradação da Liturgia, da qual o mundo católico poderia nunca vir a recuperar. Como escolar místico que era, João XXIII teve uma infernal epifania « de escuteiros e tipos barbudos a cantar na Missa - armados de guitarras e de textos de intervenção; a língua vulgar, entretanto, acabava definitivamente com o Mistério - transformando os crentes em capelistas e filósofos de barbearia; um horror! » O homem, pura e simplesmente, entrou num mutismo triste e numa apatia que apoquentou até os Cardeais do Santo Ofício.
Foram chamados os 7 médicos da Santa Sé, apesar de em conjunto "produzirem mais mortos e feridos do que as Legiões de César". Todavia, todos os sete concordaram no diagnóstico: Sua Santidade precisava urgentemente do Calor de uma Mulher mundana.
Sob a orientação fria e profissional do carmelengo foi escolhida cuidadosamente uma rapariga fogosa, devidamente equipada e inspeccionada; que foi levada à presença do Papa.
A criatura insinuou-se, encostou-se, acariciou, dançou danças macabramente eróticas e vertiginosas de lascívia bestial - com um olhar de fera que prometia tudo. Em vão: o Santo Padre não tugia nem mugia...
« - Allora, Giovanni ?... non dire niente !
« - … poi dammi un tema, figlia mia...