Estes
dois homens são advogados poderosos em Portugal, têm um percurso conhecido com
justiça e curricula invejáveis por
mérito próprio – tanto profissionais como partidários.
Júdice
desde jovem entrou na acção política, sendo que o apoio a Spínola e o
envolvimento no MDLP revelam a sua juventude corajosa à altura dos factos, e um
indivíduo capaz de causas – que não iria ‘submeter-se’ facilmente à tonteira
revolucionário pós 25 de Abril.
Proença
de Carvalho, mais cavalheiro, subiu
com inteligência e persistência na Comunicação Social, na Política e nos
negócios: hoje é incontornável em ‘presidências não executivas’, administrações
e outros cargos de extrema importância – isto, para não falar na sua advogacia
de estrelato.
Ora
a haver alguma coisa de verdade nesta notícia (desmentida, é certo):
«
Administração do DN proíbe publicidade do CM sobre caso Sócrates
04 Novembro 2015, 20:36 por David Santiago / dsantiago@negocios.PT
‘A
administração do Diário de Notícias ordenou que o jornal retire a publicidade
do Correio da Manhã sobre o impedimento de publicar notícias relativas ao
processo judicial que envolve José Sócrates. O Expresso avança que esta foi uma
decisão tomada por Proença de Carvalho, ex-advogado de Sócrates.
A
administração da Global Media decidiu impedir o Diário de Notícias (DN) de
voltar a publicar a publicidade do Correio da Manhã (CM) relativa à decisão
judicial que impede o jornal de noticiar o processo judicial contra o
ex-primeiro-ministro José Sócrates.
De
acordo com a notícia avançada pelo jornal Expresso, esta decisão terá sido
tomada por Daniel Proença de Carvalho, presidente não executivo da Global
Media, dona de publicações como o DN e o Jornal de Notícias (JN), e comunicada
ainda na tarde da passada sexta-feira. Aquela publicação adianta que esta
versão foi desmentida pela comissão executiva da Global Media’. »
…
estamos perante algo que já está para lá do razoável em termos da capacidade de
uma pessoa ou grupo económico interferir no desenrolar normal e livre de uma
qualquer Sociedade.
Por
outro lado, devemos recordar que Júdice – por volta de 2002-2003 – era simultaneamente
proprietário, director e redactor de um jornal intitulado ‘O Semanário’. Este
jornal produziu uma edição, com a curtíssima vida de apenas algumas horas, e com
a ‘Cacha’ da primeira página (‘negra e escandalosa’) sobre Paulo Portas, quando
este era Ministro da Defesa do Governo-Barroso, e houve uma 1ª decisão
favorável à escolha dos submarinos alemães em detrimento do material francês.
Essa magnífica edição sensacionalista e de escândalo calunioso (pois que jamais
provou o que afirmava sobre PP) tinha significativamente uma fotozinha de um
submarino em cima, remetendo para um artigo bem no interior – repleto de
queixumes e de ‘denúncias de corrupção’. De notar que Júdice era, à altura,
representante em Portugal do Consórcio Francês que concorria com os seus
submarinos ao reequipamento da Marinha; pelo menos, esta qualidade e interesse
jamais foram desmentidos pelo próprio.
Fazer
leis à medida, ‘safar’ políticos cleptómanos, preparar projectos-lei cheios de
buracos, alçapões e armadilhas; interferir nos Negócios de Estado; capacidade
para suspender ou fabricar artigos de jornal e informação, capacidade para
promover líderes partidários ou retirá-los do lugar: são estes os verdadeiros
Príncipes – neste caso ‘das Trevas’. São estes os verdadeiros donos disto tudo;
estes dois e um punhado de outros tantos.
Demasiado
poder depositado em tão poucos homens.