Os Pedrógãos e as frases idiotas deste país: disse Marcelo (que
se tem entretido a colocar tiras de gaze sobre as chagas infectadas da Nação) “É
altura de apurar tudo, mas mesmo tudo”. Encorajador; ficamos assim com a confirmação
de que “tudo” é menos do que “mesmo tudo” e que quando são (ou foram)
instaurados “rigorosos inquéritos” ao nosso firmamento político-criminal para
encontrar responsabilidades “doa a quem doer” os mesmos não têm ou tiveram o
alcance absoluto que agora a Procuradoria vai imprimir aos mesmos. Dão-se,
portanto, progressos. A Procuradoria, por seu lado, afirmou “estar no terreno
desde o início (da calamidade)”. E é bem: encontrará certamente foguetes de
festas de Verão, isqueiros, cartões de sócio do Benfica pertencentes a
madeireiros ou a conhecidos pirómanos – de férias em ‘precária’; e também o
bendito cabo (fibra óptica?) do SIRESP que ardeu de forma malévola, perturbando
o trabalhinho das telefonistas.
Melhor seria que
Joana Marques Vidal reabrisse o dossier (arquivado) sobre a aquisição do SIRESP
pelo ministro da administração interna António Costa e sobre a sua choruda ‘implementação’
por parte de pardacentos e alaranjados espantalhos do Regime. Quanto ao que se
passou no Pedrógão, não se tratou de infeliz e inevitável (pequeno...) conjunto de mortes
acidentais – mas sim de, pelo menos, 63 homicídios; resta saber de que tipo.
Mas Costa, e a
esquerda, acabarão por sair por cima. Parece que uma poderosíssima Trovoada
Seca apareceu de repente e está na origem do incêndio reacionário e burguês. Julga-se
mesmo ter-se tudo devido a “um acto de Deus”; o Governo acredita, pois, na
existência de Deus – o que é perfeitamente compatível com o beija-mão ao Papa
Francisco que teve lugar em Fátima no passado mês de Maio.
Já o pobre cidadão
contribuinte líquido se confronta bastas vezes com abusos e erros crassos
cometidos pela máquina fiscal – mas para tal há sempre uma razão: “não temos ‘sistema’;
o ‘sistema’ foi abaixo; é erro do ‘sistema’ ”, sempre culpa ‘do sistema’, nunca
de funcionários ou chefias. Agora também Costa alegará “actos de Deus”, “foi o
SIRESP que foi abaixo”, “a culpa foi de Santana Lopes” etc, etc. Isto, enquanto
persiste em prolongar a estéril manutenção da ministra em funções que, qual
barata tonta, se vai arrastando de reportagem em reportagem; a pobre criatura
conseguiu bater o record das Olimpíades de Castelo de Paiva pertencente a Jorge
Coelho com 59 mortes.
Costa, desde que dezenas
de pessoas morreram horrivelmente queimadas, apareceu nas pantalhas duas vezes –
uma no meio de piteiras envergando um colete fluorescente e outra em estúdio entalado
numa ruça gravata cinzenta adquirida conscienciosamente em 1992 na Maconde. Tal como as
enxurradas em Lisboa “para as quais não há solução” (sic, o Edil António Costa),
também este malfadado "fenómeno dos incêndios é extremamente difícil de prever e
dominar". Entretanto o tremendal comunista e bloquista afirmou
desavergonhadamente que “não há pressa em constituir Comissões de Inquérito”; é
preciso preservar a energia e a beleza das manas Mortágua, assim como a
superioridade moral do camarada Manuel Tiago. Diz-se que “entre o Governo e a
Direita estalou o verniz”: pouco interessa visto que entre estas duas inefáveis
entidades nunca existiu mais nada senão verniz de 3ª qualidade.
Gritante e aflitiva
é a incapacidade total para a comunicação e coordenação entre forças de
segurança e protecção civil em caso de calamidade, desastre, emergência ou
terrorismo. Citando Guterres “é a vida”.