Vem aí o dia 25 de Abril e com ele mais uma
soleníssima, mas alegríssima, comemoração da Revolução dos Cravos. O velho
trombone Vasco Lourenço redimiu-se recentemente da fama de “entidade certificadora
da Liberdade” quando ofereceu prontamente as instalações da Sede da Associação para
acolher um debate-conferência por Jaime Nogueira Pinto - que a trotskista Direcção
da FCSH tinha decidido censurar e proibir em auditório já marcado com
antecedência: honra seja prestada ao velho capitão que, por entre as brumas da
memória e dos danos cerebrais causados pelos gases de escape das G3, lá teve
uma hora feliz e decente. OK para o Tenente Coronel e merda para os Bê-É-zinhos
das ciências sociais e humanas. Outra coisa boa deste 25 de Abril é a ausência física
permanentemente total da múmia Mário Soares – cujas birras, manias, humores e ausências
faziam sempre perigar, para o jornalismo idiota, a autenticidade das
cerimónias; tal como se estas não pudessem ser genuínas se não aprovadas por
ele; um pouco como aquelas notícias parvas que regularmente emergem por
entre cagalhões num charco soltando bolhinhas: “Dona Dolores aprova a nova
linha de pronto-a-vestir de Kátia e nova barriga de aluguer para parir um
neto; o Clã Aveiro aprova novo amiguinho de Ronaldo; Ronaldo aprova as novas
bananas de Dona Dolores, etc, etc.
A UE decidiu proibir o tabagismo no areal
das praias dos pobres países debaixo da sua tirânica pata: “só nas dunas, nas
matas, atrás de algumas rochas e longe do olhar dos petizes” (tal como a
prática de crimes ou actos indecentes). E é bem. Assim se vê como a UE zela por
nós todos e nos vigia paternalmente os trôpegos e queridos passitos. Fumar é um
péssimo hábito e causa danos irreversíveis mas não percebo porque razão não
existem já nos rótulos de todas as bebidas alcoólicas fotografias com acidentes
de viação e miolos espalhados nos pára-brisas, rostos cortados por chapas,
membros decepados em destroços e pessoas em cadeiras de rodas: por mais
horríveis que sejam os tumores do fumador não consta que o fumo mate 4 a 5
pessoas por dia nas estradas ou que amarre gente nova a paralisias traumáticas.
Mas é a moral que temos. Estou também convencido do apoio financeiro directo e
indirecto a deputados e comissários europeus por parte da indústria (europeia) do
álcool.
Costa, Centeno, Rocha Andrade e Medina são
os receptadores dos muitos milhões roubados descaradamente ao cidadão-contribuinte
– ou a outro qualquer incauto que ponha o pé fora de casa distraidamente. A
internet, a máquina fiscal, o ‘cartão do cidadão’, as ASAEs, a EMEL e outras
coisas sinistras vigiam o Zé-pagode como um falcão e tiram-lhe os magros
patacos ‘por dá cá aquela palha’: “ -Queres estacionar a carripana que a “Retoma” te disse ser boa altura para
comprar ? Paga ! -Estás atrasado no
imposto ? Paga a dobrar ! Não pagaste a tempo a SS ? paga a quintuplicar ! Foste rebocado ? O reboque é 3 vezes mais que a coima – Paga já
! Queres a prestação de um serviço
(fotocópia) do Estado ? Paga €10,00 ! Queres respirar ? Paga, paga, paga !!! Mas, meu Deus, estou a exagerar: afinal
vivemos nos mansos e doces tempos de Leite e Mel; aqueles tempos queridos da
esquerda e do dr Costa; aqueles tempos para os quais tudo foi prometido mas
nada foi cumprido (desinvestimento público total, tal como seria com o dr
Passos). Não interessa: apenas os maldosos impuros da direita reparam; e os
pensionistas, reformados e actores de vanguarda andam felizes.
Nem Hitler, nem Estaline, nem Benito
conseguiram o que Costa e a informática hoje obtêm do cidadão no rouba-a-rir
constante em que se vive. A Gestapo, a Tcheka, a Stasi são organizações
imaturas de rapazes impúberes quando comparadas com a EMEL ou a Autoridade
Tributária.
Com a chegada de Maio dá-se o abrir das papoilas
e o cio dos jumentos. Acontece também o centenário das aparições de Fátima.
Diz-se que o Papa Francisco (ele não deixa usar a expressão “sua santidade”)
virá cá e não só canonizará os pastorinhos (os videntes), como também
beatificará Centeno; ou será antes Costa ?
ou os dois (?) Melhor será perguntar
ao professor Marcelo.